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SÃO PAULO – Em Seminário promovido pela Acrefi nesta terça-feira, o economista Eduardo Giannetti da Fonseca apontou estar cautelosamente otimista sobre a economia brasileira, com previsão de crescimento de 1,5% a 2% no ano que vem.
O economista ressalta a qualidade, como “há muito tempo não se via”, tanto da equipe econômica quanto dos gestores de estatais, a direção correta do programa econômico do governo e o reequilíbrio na conta de transações correntes, cujo déficit está “praticamente zerado”.
De acordo com ele, a política representa um risco para esse cenário mais positivo. Ele avaliou que o avanço nas investigações da Operação Lava Jato sobre a alta cúpula do governo poderá esvaziar o capital político da administração de Michel Temer (PMDB), caso as acusações sejam confirmadas, e comprometer o momento de retomada da economia do País.
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Giannetti disse não ver riscos à tramitação, agora no Senado, da proposta de emenda constitucional que estabelece um teto aos gastos públicos. Porém, a perda de governabilidade poderá comprometer a aprovação da agenda de medidas econômicas, o que inclui a reforma da Previdência, a partir do ano que vem.
Porém, se a visão é positiva caso o risco político não vire realidade, o Brasil ainda tem grandes desafios a enfrentar no médio e longo prazos. Ele aponta que a carga tributária mais déficit nominal resulta em 44% do PIB brasileiro transitando no setor público, sendo que os gastos com os altos juros e com previdência respondem por apenas 20%. Assim, ele aponta que ainda há um “peso restante” de 24%, que ocorre por meio de “federalismo truncado”.
“O Estado brasileiro era muito focado na União e buscou descentralização. Porém, na verdade, os governos estaduais e federais se sobrepuseram. A sociedade carrega dois Estados truncados nas costas”, afirma o economista.
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Segundo o economista, uma maior independência estadual permitiria que o dinheiro arrecadado pelos governos pudesse ser gasto na região onde foi recolhido, o que não ocorre atualmente.
(Com Agência Estado)
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