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SÃO PAULO – O mercado acionário americano vai colapsar e isso não vai demorar muito – algo entre o final de 2017 e 2018, alerta o lendário gestor Jim Rogers – famoso não apenas por sua presciência em relação ao colapso econômico global e ao “boom” das commodities, mas por retornos miraculosos no hedge fund Quantum Fund de 4.200% em seus primeiros dez anos de vida, contra apenas 47% do índice S&P 500 no mesmo período. Para ele, algumas ações dos Estados Unidos estão entrando em uma bolha e, quando estourar, as bolsas vão desabar e será o pior “crash” dos seus 74 anos de vida.
Em entrevista ao programa “The Bottom Line”, da Business Insider, Rogers disse que a enorme acumulação de dívidas e as avaliações de ativos injustificadamente altas tornaram a economia global ainda mais vulnerável do que em 2008, e que o próximo “crash” será o maior da sua vida.
Segundo ele, os bancos centrais incentivaram esse comportamento através de uma expansão sem precedentes de seus balanços, citando que o balanço do Federal Reserve aumentou sozinho em cinco vezes desde a crise de 2008.
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Ele comentou também sobre crescimento explosivo da dívida da China, segunda maior economia do mundo. “Em 2008, os chineses economizaram muito dinheiro para um dia chuvoso. Começou a chover. Começaram a gastar o dinheiro. Agora, os mesmos chineses têm dívidas e a dívida é muito maior (…) Vai ser o pior crash da sua vida – da minha vida também. Preocupe-se”, disse o gestor durante a entrevista.
Questionado sobre o que poderia ser feito, Rogers comenta que o Fed vai tentar aumentar um pouco mais as taxas de juros. Mas, “quando as coisas começam a ficar realmente ruins, as pessoas vão ligar e dizer: ‘Você deve me salvar. É civilização ocidental. Ele vai entrar em colapso’. E o Fed, formado por burocratas e políticos, dirá: ‘Bem, é melhor fazer alguma coisa’. E eles vão tentar, mas não vai funcionar. Não vai funcionar dessa vez”.
Ele complementa: “Você vai ver os governos falharem. Você vai ver os países falharem, desta vez. A Islândia falhou na última vez. Outros países falharam. Você vai ver mais disso (…) Você vai ver instituições que existem há muito tempo – Lehman Brothers tinha cerca de 150 anos – desaparecerem”.
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A análise de Rogers soma-se ao coro pessimista de outros grandes nomes do mercado. Na semana passada, Marc Faber, que apontou para a formação de uma “bolha” nas bolsas americanas (leia aqui); e Bill Gross disse que o risco do mercado acionário é o mais alto desde o pré-crise de 2008 (veja).
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