60%: essa é a chance de uma recessão global nos próximos 5 anos, diz a Pimco

SÃO PAULO – Os dias mais sombrios para a economia podem chegar em breve, de acordo com a maior gestora de renda fixa do mundo, a Pimco. Em meio aos aumentos dos níveis de dívida, as chances de uma recessão global nos próximos três a cinco anos é de mais de 60%, afirmou a gestora.

Em nota publicada no site da Pimco na véspera, ela destacou que a economia global deve passar por uma recessão a cada seis anos, com a frequência tendendo a aumentar com o endividamento global mais alto e caindo quando a dívida está a níveis mais baixos. 

“Dado que a última recessão global ocorreu há quatro anos e também levando em conta que a economia mundial está significativamente mais endividada hoje do que há quatro anos, uma nova recessão pode vir em breve”, aponta o diretor de portfólio da Pimco, Saumil H. Parikh. Para ele, o crescimento global vai abrandar, a inflação ficará sobre controle, enquanto a “volatilidade econômica aumentará”. 

Os Estados Unidos, por exemplo, tinham uma relação dívida sobre o PIB (Produto Interno Bruto) de 101,6% em 2012, contra 99,4% no ano anterior. O Japão, a terceira maior economia do mundo atrás apenas dos EUA e da China, tem uma relação da dívida/PIB que supera os 200%.

A Pimco aconselha ainda que os investidores devam reduzir a sua exposição ao risco, dada a perspectiva de deterioração das condições econômicas na economia mundial. Parikh destacou que, enquanto os preços dos títulos norte-americanos estavam caros em meio à queda da taxa de juros nos EUA, este não foi o caso global, o que favoreceu os mercados de dívida pública na Austrália, Nova Zelândia, Suécia, México e Brasil. 

A preferência da gestora é pelos ativos estrangeiros e, especificamente, ativos não-financeiros chineses, destaca Parikh. Vale ressaltar que os mercados emergentes vêm registrando forte saída de capitais, em meio às expectativas de que haja uma diminuição do ritmo de estímulos econômicos pelo Federal Reserve que, nos últimos anos, ajudaram a impulsionar a liquidez dos mercados.