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SÃO PAULO – A bolsa de valores do Chipre abriu pela primeira vez em duas semanas na última terça-feira (2), com o índice registrando queda de 2,56%, mesmo após a pequena nação ter conseguido um acordo com a troika – trinca formado pelo BCE (Banco Central Europeu), FMI (Fundo Monetário Europeu) e Comissão Europeia.
Ao mesmo tempo, os índices europeus registraram fortes ganhos, aparentemente sem mostrar reação frente às exigências que o acordo impõe. Entretanto, apesar do cenário mais calmo, após os controles de capitais e afrouxamento nos impostos sobre depósitos, o UBS aponta para um ambiente bastante temeroso, de rompimento na zona do euro.
O economista do UBS, Reinhard Cluse, destacou quatro tendências comuns que precederam a dissolução de outras uniões monetárias e que também sinalizam um fim próximo para a zona do euro:
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- a união monetária normalmente é precedida por uma fuga de capitais dos países tidos como mais fracos para os mais fortes do grupo;
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a quebra de uma união monetária tende a ser considerada pelos governos como uma oportunidade para “tomar” dinheiro ou outros ativos detidos pelos cidadãos;
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controles de capitais tendem a ser impostos no início do desmembramento, havendo normalmente uma discriminação dos ativos dos investidores estrangeiros
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a quebra da união monetária está normalmente associada a uma agitação civil e do próprio governo de pelo menos uma parte da união monetária.
Todos esses itens estão associados com a crise no Chipre. Em entrevista ao Market Watch, Cluse afirmou que o Chipre “ocupa um lugar muito perto da saída” e que, na verdade, só “não empurrou a porta”.
Da mesma forma, o fundador da maior gestora de renda fixa do mundo, Mohamed El-Erian, destaca em artigo na CNBC que a crise no Chipre está longe de acabar. ”No caso do Chipre, o conjunto atual de controles vai sufocar o pouco que resta em termos de dinâmica de crescimento e criação de emprego”, ressaltou Erian.
Em meio ao ambiente ruim, Erian recomenda que se iniciem políticas de médio prazo para a restauração do crescimento do pequeno país, de modo a tornar menos dolorosa a “jornada”.
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