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SÃO PAULO – Após chegar a subir 1,75% nesta manhã, o Ibovespa perdeu força durante a tarde, pressionado pelo mercado internacional e com a forte desvalorização do petróleo, que bateu o menor patamar em quase 7 anos, e ajudou a puxar as ações da Petrobras.
Outras commodities também registraram baixa hoje, com o minério caindo 2,5% no porto de Qingdao, na China, e pressionando as ações da Vale, que já registram sete quedas nos últimos nove pregões, acumulando desvalorização de 18% no período, no caso das preferenciais.
Chamou atenção hoje também as units do banco Santander, que destoaram do restante do setor e subiram 5%, enquanto os demais papéis dos grandes bancos perderam força. No setor financeiro, as units do BTG seguiram em inferno astral na Bolsa desde a prisão do seu ex-presidente e ex-controlador, André Esteves. Nesta segunda-feira, os papéis renovaram mínima histórica, na sua oitava queda em nove pregões, em meio ao rebaixamento de rating pela Fitch para “lixo” e corte do preço-alvo pelo Goldman Sachs.
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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira (7):
Petrobras (PETR3, R$ 8,64, -5,37%; PETR4, R$ 7,19, -4,39%)
A Petrobras acentuou as perdas nesta tarde, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional, com o brent – usado como referência pela estatal – indo para mínima em quase 7 anos. Os contratos são negociados em queda de 3,21%, a R$ 41,62, após a reunião da Opep na sexta-feira terminar sem uma referência a um teto de produção e um dólar mais forte tornar mais caras cargas da commodity.
Os ministros do petróleo do grupo não fizeram qualquer referência ao limite máximo de produção, destacando desacordo entre os integrantes da organização sobre como acomodar produção iraniana após a suspensão de sanções ocidentais.
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Bancos
As ações dos bancos amenizaram os ganhos, com Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 27,97, -0,75%) virando para queda nesta tarde, acompanhando o movimento do Ibovespa, que também minimizou os ganhos. Destoou do movimento do setor as units do Santander (SANB11, R$ 15,71, +2,15%), que figuraram como a maior alta entre os bancos grandes listados na Bovespa.
Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 12,21, -1,13%; VALE5, R$ 9,84, -1,50%) perderam força nesta tarde, acompanhando o preço do minério de ferro. Hoje, a commodity registrou baixa de 2,4%, a US$ 39,06 a tonelada no porto de Qingdao, na China.
Já as siderúrgicas fecharam com perdas, depois de altas expressivas mais cedo após notícia do jornal Valor Econômico de hoje de que a tarifa de importação do aço pode ser definida esta semana pelo governo. As ações da CSN (CSNA3, R$ 4,86, -0,21%) recuaram, assim como a Gerdau (GGBR4, R$ 5,30, -2,57%) e Usiminas (USIM5, R$ 1,90, -4,04%) viraram para queda. A Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,66, -4,05%), holding da Gerdau, registrou a maior queda do Ibovespa, renovando sua mínima histórica na Bolsa.
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Tereos (TERI3, R$ 51,20, -0,95%)
As ações da Tereos fecharam em leve queda depois de ter disparado 130% na sexta-feira, quando a companhia anunciou que sua controladora indireta Tereos Participations propôs OPA (Oferta Pública de Aquisição) de ações por R$ 65,00. A oferta tem como objetivo cancelar o registro de companhia aberta da empresa e sair do segmento Novo Mercado da BM&FBovespa.
Braskem (BRKM5, R$ 27,00, +1,62%)
As ações da Braskem subiram e renovaram a máxima histórica na Bolsa, apesar das novidades sobre a Operação Lava Jato envolvendo a companhia. Com a valorização de hoje, os papéis renovam máxima histórica na Bolsa.
Segundo o Estadão, Rafael Ângulo, funcionário de Alberto Youssef e entregador do dinheiro intermediado pelo doleiro no esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal, detalhou em delação premiada a forma de entrega de dinheiro envolvido no esquema a executivos e políticos. A Braskem, controlada pela Odebrecht, é citada por Ângulo.
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Ele diz ter comparecido “inúmeras vezes” na empresa e posteriormente na Odebrecht para entregar contas para depósitos fora do Brasil ao executivo Alexandrino de Alencar. Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa já haviam dito em delação que a Braskem pagou vantagens ao PP para ser beneficiada na compra de produtos da Petrobras.
Cetip (CTIP3, R$ 39,96, +5,16%)
Na semana passada, a Cetip rejeitou a oferta da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 11,55, -0,09%) para compra da empresa, por R$ 39,00 por ação, informando que não representava um preço justo. Em resposta, a Bolsa disse nesta manhã que a recusa da Cetip será “oportunamente avaliada” pelo seu conselho de administração.
Gol (GOLL4, R$ 3,44, -1,43%)
A Gol estima queda de 4% a 6% na primeira metade do próximo ano, segundo projeções divulgadas nesta segunda-feira. Em novembro, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, havia informado que reduziria a oferta doméstica de voos entre 5% e 7% no quarto trimestre deste ano ante o mesmo período de 2014, de modo a atingir o guidance de redução de 1% da oferta doméstica no acumulado de 2015. Em relação à oferta internacional, a redução seria de 7% a 8% de outubro a novembro deste ano.
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Via Varejo (VVAR11, R$ 3,97, +14,41%)
As units da Via Varejo, que figuravam nas mínimas históricas na Bolsa, dispararam nesta segunda-feira após aditamento de contrato com o Bradesco. A varejista de móveis e eletroeletrônicos , dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, informou nesta segunda-feira ter fechado aditamento de contrato com o Bradesco para pagamento de R$ 550 milhões pelo banco à companhia a título de antecipação de comissões.
O montante poderá ser compensado pelas comissões a serem pagas pelo Bradesco à Via Varejo nos próximos nove anos, segundo fato relevante. O aditamento do contrato também prevê pagamento de R$ 153,7 milhões a título de remunerações adicionais previstas nos contratos.
Oi (OIBR4, R$ 1,50, -5,66%)
Segundo informações do jornal Valor Econômico, o TCU (Tribunal de Contas da União) impediu a anulação de quase R$ 1,2 bilhão em multas à operadora. “O ministro Bruno Dantas acolheu representação da técnicos do TCU que pedia a interrupção do TAC e apontava nove indícios de irregularidades no acordo, que estava previsto para ser analisado pela diretoria da Anatel na quinta-feira, mas foi retirado de pauta”, destaca o jornal.
Minerva (BEEF3, R$ 11,65, +4,95%)
Segundo o Estado apurou, fundos árabes estariam interessados em entrar na companhia, por meio da Saudi Agricultural and Livestock Investment (Salic), gestora fundada pelo rei da Arábia Saudita.
Segundo analistas de bancos de investimento, a matéria não traz nada de novo e não aponta nenhum movimento mais concreto. Mas, de qualquer forma, pode gerar barulho no papel, uma vez que movimento faz sentido, lembrando que o frigorífico está com uma relação de endividamento relativamente elevada.
BTG Pactual (BBTG11, R$ 17,58, -9,47%)
As ações do BTG caíram pela oitava vez em nove pregões, renovando a mínima histórica na Bolsa. Desde a prisão de André Esteves, os papéis do banco já caíram 41%. Em destaque, o Banco e o BTG Pactual Participations esclareceram, a respeito de notícias veiculadas na imprensa, que recentemente têm sido procurados por interessados em diversos dos seus ativos, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No documento, o banco confirma que está considerando oportunidades de negócios, podendo, se for conveniente, vender parte dos seus ativos.
Ainda no comunicado, o banco confirmou que as eventuais transações podem envolver a venda de participações societárias nas seguintes sociedades: BSI, Recovery, Leader, UOL, BodyTech, BR Properties e Bravante, entre outros.
Na sexta-feira, a Fitch cortou a nota de crédito da instituição para “lixo”, passando de “BBB-” para “BB-“, e manteve a perspectiva negativa atribuída ao rating, o que pode indicar novos cortes nos próximos meses. O rating do banco foi cortado em dois degraus para patamar considerado especulativo, citando a deterioração da posição de liquidez do banco e os riscos causados pela prisão do ex-presidente da instituição André Esteves.
Hypermarcas (HYPE3, R$ 23,48, +3,44%)
As ações da Hypermarcas subiram reagindo a uma série de notícias sobre a empresa. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda do negócio de fabricação e venda de cosméticos da empresa para a francesa Coty, segundo parecer publicado nesta segunda-feira. “A aprovação é um bom sinal sobre a conclusão da transação e deve acelerar a entrada de caixa”, disseram analistas do Credit Suisse.
A operação de R$ 3,8 bilhões havia sido anunciada no início de novembro, dentro dos esforços da Hypermarcas de reduzir seu endividamento e se concentrar na área farmacêutica. O negócio inclui marcas como Bozzano, Biocolor, Monange, Risqué, Paixão e Cenoura & Bronze, dentre outras. A transação não envolve os produtos descartáveis, como Jontex, e de cuidados infantis, como as marcas Pom Pom e Sapeca, nem de dermocosméticos. O Cade concluiu que a transação implica sobreposições horizontais reduzidas e que “não levanta preocupações sob o enfoque concorrencial”.
A Hypermarcas informou ainda em comunicado que, conforme fato relevante divulgado em 07 de maio de 2015 e reunião do Conselho de Administração realizada nesta data, finalizou recentemente a análise das alternativas para seu negócio de Produtos Descartáveis e, em linha com a estratégia de alienação do negócio de cosméticos à Coty, decidiu não manter estes ativos no portfólio da Companhia, podendo para tanto aliená-los ou buscar outra estrutura para segregação dos mesmos.
A empresa ainda informou a aprovação do programa de recompra de ações, sem redução do capital social, para serem mantidas em tesouraria, canceladas e/ou posterior alienação. O prazo máximo para a realização das recompras no âmbito do Programa de Recompra é de até 18 meses, com início em 07 de dezembro de 2015 e término em 07 de junho de 2016 e será de até 1,34% do total de papéis de emissão da companhia.
Brasil Pharma (BPHA3, R$ 10,10, -24,57%)
As ações ON da Brasil Pharma desabaram, ficando entre as maiores baixas de toda a BM&FBovespa nesta segunda-feira. Os papéis sofrem com a incerteza provocada pela prisão do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. O banco detém 37,7% do capital da rede de farmácias, que se tornou candidata à venda após a onda de saques e falta de credibilidade que atingiu a instituição. Os papéis da Brasil Pharma acumulam perda de 44,8% desde a prisão de Esteves, em 25 de novembro. Vale lembrar que um dia após a prisão do banqueiro, as ações da companhia foram agrupadas, o que acabou criando um cenário com maior espaço para quedas. Desde essa data os papéis já caíram 41%.
CESP (CESP6, R$ 12,52, -0,79%)
Os papéis da Cesp recuaram mesmo após as ações da companhia terem sido elevadas de underperform (desempenho abaixo da média) para outperform (desempenho acima da média) pelo Itaú BBA.
Even (EVEN3, R$ 4,00, +2,30%)
As ações da Even avançaram após a companhia anunciar a recompra de 5% de suas ações, no prazo de 18 meses.
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