Magazine Luiza encanta de novo o mercado com resultado surpreendente e planos para “super app”

Números expressivos de vendas no e-commerce e destaque no release de resultado para o desenvolvimento do aplicativo guiam visão positiva para a companhia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após três anos brilhando na Bolsa, a ação do Magazine Luiza (MGLU3) não estava tendo um bom começo de 2019, com os ativos em queda superior a 10% no acumulado do ano até o pregão da última quinta-feira (21).

O valor das ações da empresa passou a ser uma questão – mas os resultados do quarto trimestre divulgados na noite de ontem mostram que a varejista segue com capacidade de surpreender o mercado. Assim, repercutindo o balanço, os papéis MGLU3 chegaram a saltar 12% nesta sessão, praticamente zerando as perdas registradas no ano. Os ativos fecharam o sessão com alta de 10,43%, a R$ 177,90, em um dia em que o volume negociado dos papéis foi mais de quatro vezes maior a média dos últimos 21 pregões (R$ 665 milhões versus média de R$ 151,5 milhões). 

O Magalu viu seu lucro líquido avançar 14,5% no quarto trimestre de 2018, para R$ 189,6 milhões, enquanto no acumulado do ano passado o lucro ficou em R$ 597,4 milhões, um avanço de 53,6% ante os R$ 389,0 milhões de 2017.

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A receita líquida da companhia, por sua vez, teve alta de 27,3% no quarto trimestre, passando de R$ 3,32 bilhões para atuais R$ 4,61 bilhões. Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 353,5 milhões entre outubro e dezembro, uma alta de 13% em um ano. A margem Ebitda (Ebitda/receita líquida), por sua vez, teve baixa de 0,9 ponto percentual, passando de 8,6% para 7,7%. 

No acumulado de 2018, a receita da varejista subiu 30,1%, para R$ 15,59 bilhões, enquanto o Ebitda fechou o ano passado em R$ 1,25 bilhão, um avanço de 20,8%. 

As vendas do e-commerce cresceram 57,4% no quarto trimestre, comparado ao crescimento do mercado de 13,4% (E-bit) e representaram 37,7% das vendas totais, destacou a companhia em seu release de resultado.

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Em seu release de resultados, o Magazine Luiza também deu forte destaque ao aplicativo, “um dos mais bem-sucedidos apps de compras do Brasil, com 26 milhões de downloads e uma participação de cerca de 40% dos pedidos online da companhia”.

A companhia aponta que está trabalhando para ter “não apenas um app, mas um superapp”. Ou seja, “um ambiente digital no qual o cliente fará suas compras, pagará contas, recarregará o celular, contratará serviços de transporte, encomendará o almoço, jogará, se relacionará com os amigos nas redes sociais”.

A estratégia é que, ao atrair parceiros para o ambiente do superapp, serão multiplicadas as chances de atrair novos clientes, que vão interagir de forma ainda mais frequente e intensa com o Magalu. “Enquanto concorrentes abrem lojas, o Magalu abre APIs (Application Programming Interface — nossas portas para o mundo da tecnologia. É por elas, que outras empresas entrarão em nosso ecossistema)”, afirmou a companhia em seu release de resultados. 

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Destaque positivo ainda para as vendas nas mesmas lojas, que apresentaram crescimento de 16,1%, ante expectativa do mercado de aumento entre 12 e 13%.

A empresa ainda anunciou novo programa de recompra de ações. Poderão ser adquiridas até 4,5 milhões de ações ordinárias, equivalentes a 2,36% das ações totais emitidas pela empresa e a 6,65% das ações em circulação. O prazo máximo para aquisição das ações é de 18 meses dias contados desta data, encerrando-se em 21 de agosto de 2020.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.