XP lança campanha para doar cestas básicas durante a crise: “Muitas pessoas já não têm o que comer”

A empresa começou o movimento, doando R$ 25 milhões, mas o objetivo é incentivar doações. Nas primeiras horas, já havia mais de 500 cadastrados

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Guilherme Benchimol, CEO e fundador da XP Inc., anunciou nesta quinta-feira (26) uma iniciativa da companhia que tem o objetivo de atenuar os efeitos negativos do novo coronavírus na economia brasileira.

A XP lançou a plataforma “Juntos Transformamos” para reunir doações visando à compra de cestas básicas, que serão repassadas para famílias em situação de vulnerabilidade social.

A própria companhia começou o movimento, doando R$ 25 milhões, mas o objetivo é incentivar doações de empresários e pessoas físicas. Nas primeiras horas de campanha, já havia mais de 500 doadores cadastrados.

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Esses primeiros R$ 25 milhões devem ajudar 100 mil famílias, segundo Benchimol, e a meta inicial da campanha é arrecadar R$ 50 milhões em até 92 dias. “Mas meu sonho é arrecadar R$ 100 milhões nos próximos dias”, disse o empresário ao InfoMoney.

“Com essa crise, muitas pessoas já não têm mais o que comer. Não podemos nos omitir e temos que sensibilizar o máximo de pessoas possível”, defendeu.

Benchimol não exime o governo, que tem “o bolso mais fundo”, da responsabilidade de investir no país, mas vê a ajuda do setor privado como essencial em um momento de tamanha fragilidade.

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“Basta a gente se colocar no lugar das pessoas. No Brasil, 70% das pessoas não pouparam no ano passado e 40 milhões são autônomos, que ganham dinheiro no dia que trabalham. Essas pessoas estão praticamente vendendo o almoço para pagar o jantar.”

Ele diz que a iniciativa é um catalisador, mas espera que os brasileiros se ajudem mutuamente para além do programa “Esperamos que as pessoas ajudem também quem está perto delas: quem vende mate na praia, o flanelinha que trabalhava na praça em frente. Se essa consciência acontecer porque a gente ajudou, a gente se sente feliz. É assim que se forma uma nação mais forte”, pontua.

ONGs

Em um primeiro momento, as doações arrecadadas na campanha serão repassadas a três ONGs de confiança do grupo, que passaram por um processo de due diligence: Gerando Falcões, Amigos do Bem e Visão Mundial. Elas farão a entrega das primeiras levas de cestas básicas.

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Mas a XP compreende que existe uma limitação de logística nesse sistema, já que a quantidade de cestas é significativa, e já pensa em outras formas de distribuir as doações.

“A gente vai inverter o processo junto com as ONGs e eventualmente o dinheiro vai poder chegar na mão das pessoas via celular, vale refeição, depósito em conta corrente”, elenca Benchimol.

Lockdown e Plano Marshall

No fim de semana, Benchimol disse calcular 40 milhões de novos desempregados no país sem a implementação de uma espécie de versão nacional do “Plano Marshall”, nome dado ao pacote de reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

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Ao InfoMoney, ele acrescenta que mesmo um Plano Marshall não será suficiente para mitigar os efeitos da crise se a economia ficar parada por muito tempo.

“É essencial que haja esse lockdown inicial, que as pessoas fiquem em casa, enquanto o governo realiza todas as medidas para ampliar o número de leitos [para tratar os infectados] e a sociedade ajude a proteger os grupos de risco”, afirma.

“Mas, no menor tempo possível, é importante que a gente comece a separar quem é grupo de risco de quem não é, e as pessoas mais jovens e saudáveis voltem a trabalhar”, completa.

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