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KIEV (Reuters) – Milhões de ucranianos ainda estavam sem aquecimento ou energia nesta sexta-feira após os ataques aéreos russos mais devastadores à rede de energia da Ucrânia até agora, com moradores alertados para se prepararem para novos ataques e estocarem água, comida e roupas quentes.
Moscou diz que os ataques à infraestrutura básica da Ucrânia são militarmente legítimos e que Kiev pode acabar com o sofrimento de seu povo se ceder às exigências russas. A Ucrânia diz que os ataques destinados a causar miséria civil são um crime de guerra.
“Juntos, suportamos nove meses de guerra em grande escala e a Rússia não encontrou uma maneira de nos quebrar, e não encontrará uma”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em um discurso durante a noite.
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A Rússia tem atingido a rede de energia ucraniana distante das linhas de frente da guerra com mísseis de longo alcance cerca de uma vez por semana desde o início de outubro.
Os ataques de quarta-feira causaram os piores danos até agora, deixando milhões de pessoas sem luz, água ou aquecimento, mesmo com as temperaturas em todo o país caindo abaixo de zero.
Quase 48 horas após os ataques, a operadora da rede nacional Ukrenergo disse que o sistema de energia ainda estava 30% aquém de atender à demanda.
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As três usinas nucleares em território sob controle ucraniano agora estão funcionando, disse, dois dias depois que os ataques forçaram a Ucrânia a desligá-las pela primeira vez em 40 anos, criando o que Kiev chamou de risco de catástrofe nuclear.
Zelenskiy também acusou a Rússia de bombardear Kherson, a cidade do sul da Ucrânia que tropas russas abandonaram no início deste mês. Sete pessoas morreram e 21 ficaram feridas em um ataque russo na quinta-feira, disseram autoridades locais.
A Rússia insiste que não mira civis na “operação militar especial” lançada no final de fevereiro. Autoridades internacionais de direitos humanos dizem que é difícil conciliar o posicionamento com os ataques em todo o país à infraestrutura civil.
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(Reportagem de Pavel Polityuk e Tom Balmforth; reportagem adicional de Stefaniia Bern, Ronald Popeski e redação da Reuters)