SP vai à Justiça contra redução de envio de doses de vacina da Pfizer pelo Ministério da Saúde

Governo do estado de São Paulo diz que falta de doses pode impactar na vacinação de adolescentes, prevista para começar dia 18

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – O governo do Estado de São Paulo recorrerá à Justiça contra a decisão do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde de reduzir a quantidade de vacinas da Pfizer contra a Covid-19 destinada ao Estado, informou a gestão estadual que detalhará as medidas judiciais em entrevista na tarde desta quinta.

Na véspera, autoridades paulistas disseram que o Estado recebeu um lote 50% menor de vacinas da Pfizer do que o previsto e afirmaram que a redução, que o governador João Doria (PSDB) chamou de “arbitrária”, pode impactar na vacinação de adolescentes no Estado, prevista para começar dia 18.

As vacinas da Pfizer são as únicas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação em adolescentes.

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Em entrevista coletiva também na quarta, o Ministério da Saúde rebateu as afirmações de São Paulo e disse que o Estado retirou uma quantidade maior de doses da CoronaVac, vacina que está sendo envasada pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo paulista, e que por isso houve uma compensação.

O ministério disse ainda que busca equalizar a campanha de vacinação entre os Estados e que o governo paulista sabia da quantidade de doses que receberia.

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Em resposta, o governo de São Paulo negou que tenha retirado uma quantidade maior de doses da CoronaVac.

Nesta quinta, em entrevista à CNN Brasil, Doria confirmou que o Estado irá à Justiça e criticou o governo federal.

“Nós vamos reagir na forma da lei para evitar que brasileiros de São Paulo sejam prejudicados por uma medida arbitrária do Ministério da Saúde”, disse.

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“Isso é de uma desumanidade incomensurável, típico de governo negacionista. Lamento muito que o ministro da Saúde, que trouxe alguma esperança por ser médico, tenha contraída o vírus Bolsonaro. Se tem que lamentar e agir judicialmente”, acrescentou.

Em entrevista à mesma emissora, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reiterou que São Paulo fez uma retirada maior do que a permitida de doses da CoronaVac e negou intenção de discriminar o Estado.

“Se ficar demonstrado que não houve essa alocação adicional para São Paulo, isso pode ser corrigido, mas essa decisão foi tomada pela tripartite de maneira própria”, disse o ministro.

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“Judicialização é um direito que todos têm, mas não defendemos a judicialização como meio de implementação de políticas públicas”, acrescentou.

A disputa em torno da quantidade de doses da vacina da Pfizer enviadas a São Paulo é mais um capítulo do embate entre Doria e o governo do presidente Jair Bolsonaro na pandemia de Covid-19.

O governador e o presidente são inimigos políticos e frequentemente travam troca de farpas públicas. Doria é pré-candidato do PSDB à Presidência da República no ano que vem, quando Bolsonaro deverá buscar a reeleição.

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