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O resultado das transações correntes do Brasil em julho de 2022 mostrou um déficit de US$ 4,1 bilhões, ante resultado negativo de US$ 1,2 bilhão no mesmo mês de 2021, informou nesta segunda-feira (26) o Banco Central (BC)
O déficit em transações correntes nos doze meses até julho de 2022 somou US$ 36,6 bilhões (2,08% do PIB), ante US$ 33,6 bilhões (1,92% do PIB) no mês anterior e US$ 20,9 bilhões (1,37% do PIB) em julho de 2021.
A balança comercial de bens registrou superávit de US$ 4,2 bilhões em julho de 2022, ante saldo positivo de US$ 6,3 bilhões em julho de 2021. As exportações de bens totalizaram US$ 30,2 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 26,1 bilhões, alta de 17,4% e de 33,8% em comparação a julho de 2021, respectivamente.
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O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse hoje que o déficit em conta corrente tem mostrado tendência de elevação desde abril, tanto em valores nominais como em relação ao PIB. Ele explicou que isso é decorrente dos efeitos da reabertura da economia com o fim de restrições motivadas pela pandemia, além de atividade estra hoje acima do esperado.
Serviços
O déficit na conta de serviços somou US$ 2,1 bilhões em julho de 2022, crescendo 59,2% em relação a julho de 2021. A conta de viagens internacionais mostrou despesas líquidas de US$ 661 milhões no mês, ante US$229 milhões em julho de 2021.
Na mesma base comparativa, e seguindo a tendência dos meses recentes, os fluxos brutos de receitas de viagens expandiram 74,4%, totalizando US$ 389 milhões, enquanto as despesas brutas de viagens cresceram 132,1%, somando US$ 1,0 bilhão.
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As despesas líquidas de transportes somaram US$ 726 milhões em julho de 2022, ante US$ 273 milhões em julho de 2021, aumento de 166,3%. Aluguel de equipamentos registrou despesas líquidas de US$ 670 milhões no mês, ante US$ 609 milhões em julho de 2021.
Renda
Em julho deste ano, o déficit na conta de renda primária totalizou US$ 6,5 bilhões, praticamente estável relativamente aos US$ 6,4 bilhões ocorridos em julho de 2021.
As despesas líquidas de lucros e dividendos aumentaram para US$ 3,6 bilhões, ante US$ 2,9 bilhões em julho de 2021. As despesas líquidas com juros somaram US$ 3,0 bilhões em julho de 2022, ante US$ 3,5 bilhões em julho do ano passado. A redução de despesas de juros concentrou-se em operações de empresas do mesmo grupo econômico.
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Investimento direto
Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) totalizaram US$ 7,7 bilhões em julho de 2022, ante US$6,6 bilhões em julho de 2021. Houve ingressos líquidos de US$ 5,6 bilhões em participação no capital e de US$ 2,1 bilhões em operações intercompanhias.
Rocha, do BC disse que esse é o melhor resultado do IDP para um mês de julho desde 2014.
Nos doze meses encerrados em julho de 2022, o IDP totalizou US$65,6 bilhões (equivalente a 3,73% do PIB), ante US$ 64,5 bilhões (3,69% do PIB) no mês anterior e US$ 44,9 bilhões (2,95% do PIB) em julho de 2021.
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Os investimentos em carteira no mercado doméstico apontaram saídas líquidas de US$ 60 milhões em julho de 2022, compostos por saídas de US$ 816 milhões em ações e fundos de investimento e entradas de US$ 755 milhões em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em julho de 2022, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram saídas líquidas de US$269 milhões.
Entre os setores que mais receberam investimentos por parte de controladores estrangeiros no acumulado de janeiro a junho, Rocha listou montadoras de veículos, produtos alimentícios e químicos. No setor de serviços, ele destacou serviços financeiros, eletricidade e gás, Tecnologia da Informação e Escritórios.
Nos empréstimos intercompanhias, os maiores ingressos até julho foram direcionados para o setor de petróleo e gás.
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Investimentos em carteiras
O investimento líquido em carteiras durante o mês de julho no Brasil ficou negativo em U$ 60 milhões, o que significa uma estabilidade, conforme dados divulgados hoje pelo Banco Central em suas estatísticas sobre o setor externo.
Isso foi fruto de saídas de US$ 816 milhões em ações e fundos de investimentos e entradas de US$ 755 milhões em títulos de dívida.
No acumulado do ano até julho, o resultado aponta para um déficit de US$ 2,947 bilhões, fruto de ingresso de US$ 6,663 bilhões em ações e fundos de investimentos e saídas de US$ 9,610 bilhões em títulos de dívida.
Para o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, os resultados mensal e anualizado espelham o momento do mercado no período, de alocação de portfólio com redução de exposição à renda fixa.
Reservas internacionais
As reservas internacionais alcançaram US$ 346,4 bilhões em julho de 2022, um aumento de US$ 4,4 bilhões em comparação ao mês anterior. O resultado decorreu, principalmente, das variações por preços e da receita de juros, que contribuíram para elevar o estoque em US$ 3,9 bilhões e US$ 540 milhões, respectivamente.