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O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak foi confirmado nesta segunda-feira (24) como novo primeiro-ministro do Reino Unido, em substituição a Liz Truss, que renunciou ao cargo na semana passada.
A confirmação veio após o anúncio da desistência de Penny Mordaunt da disputa, Ela disse que Sunak tinha seu “total apoio”. No domingo, o ex-primeiro ministro Boris Johnson também abandonou a disputa, após encontrar resistências ao apoio ao seu nome dentro Partido Conservador.
O partido abriu a corrida pelo substituto de Lizz Truss na quinta-feira (20) e definiu que os interessados no cargo deveriam receber o apoio de, ao menos 100 parlamentares. Segundo a imprensa britânica, Johnson não conseguiu mais do que 25 apoios até o final de semana, o que apressou sua desistência.
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Dois minutos antes de o prazo final de inscrições se encerrar, às 14 horas (horário local), Mordaunt fez o mesmo, o que sinalizou que o Partido estava disposto a apoiar a candidatura de Sunak.
O Reino Unido enfrenta um misto de crise política e econômica desde setembro, quando Liz Truss anunciou um plano de redução de impostos que gerou uma crise nos mercados de câmbio e dívida. A má recepção levou à demissão do ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, no dia 14, e à renúncia depois da própria Truss, no dia 20.
Quem é Rishi Sunak
Sunak nasceu em uma família de imigrantes. Seus avós emigraram de Punjab, na Índia, para a África Oriental, informa a Enciclopédia Britânica. Os pais do novo primeiro-ministro nasceram na Tanzânia e no Quênia e migraram para Southampton, no sul da Inglaterra, na década de 1960. O pai de Sunak se tornou clínico geral e sua mãe era farmacêutica.
Mais velho de três filhos, Sunak frequentou o Winchester College, escola particular que já produziu alguns ministos britânicos.
Depois de se formar em Oxford, em 2001, Sunak trabalhou como analista do Goldman Sachs até 2004. Depois, fez um MBA na Universidade de Stanford. Ele se casou com Akshata Murthy, filha do bilionário indiano Narayana Murthy, fundador da empresa de tecnologia Infosys. A fortuna do casal foi estimada em 2002 pelo The Sunday Times entre US$ 877 milhões e US$ 1,2 bilhão.
Carreira política
Sunak começou a trabalhar para o Partido Conservador em 2010, após se envolver com o Policy Exchange, um renomado “think tank” conservador . Ele foi escolhido como candidato do partido para uma cadeira na Câmara dos Comuns em 2014, representando Richmond em North Yorkshire.
Durante as discussões sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, ele se posicionou no campo dos chamados “eurocéticos”, afirmando que deixar o bloco tornaria o país “mais livre, juto e próspera”. Reeleito para o Parlamento em 2017 e em 2019, Sunak votou três vezes a favor dos planos da ex-primeira-ministra Theresa May nas questões do Brexit.
Sunak foi alçando posições dentro do governo conservador até que, em fevereiro de 2020, assumiu como ministro das Finanças na gestão de Boris Johnson. Quase imediatamente, precisou enfrentar a crise da covid-19 e promoveu um programa de apoio econômico à população e às empresas que destinou cerca de £ 330 bilhões (US$ 400 bilhões) em fundos de emergência.
Em 2022, foi revelado que sua esposa, cidadã indiana e residente não domiciliada no Reino Unido, havia reivindicado um status fiscal que lhe permitia evitar pagar impostos britânicos sobre sua renda no exterior, o que pode ter economizado até £ 20 milhões (US $ 24 milhões) em taxas por um período de aproximadamente sete anos e meio.
Além da manobra fiscal da esposa, Sunak não escapou dos escândalos do gabinete relacionados a gesta realizadas durante o período de “lockdown” no país. Em abril passado, ele chegou a ser multado por violações às regras do governo contra reuniões sociais.
Após o chamado “partygate”, Sunak participou de uma renúncia coletiva do gabinete em julho, o que contribuiu para que Johnson fosse forçado a sair do cargo de primeiro ministro.
O ex-ministro das Finanças concorreu ao cargo, mas foi vencido por Liz Truzz.