Rishi Sunak anuncia candidatura para ser primeiro-ministro do Reino Unido no lugar de Liz Truss

No Twitter, ex-ministro disse que concorre para unir o Partido Conservador e consertar a economia do Reino Unido, "grande país que enfrenta profunda crise"

Equipe InfoMoney

 (Photo by Leon Neal/Getty Images)
(Photo by Leon Neal/Getty Images)

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O ex-ministro das Finanças britânico Rishi Sunak candidatou-se às primárias do Partido Conservador para substituir Liz Truss como primeiro-ministro do Reino Unido. Ela renunciou ao cargo na quinta-feira (20), em meio a uma crise iniciada com o anúncio de um ousado plano de redução de impostos em setembro.

Em sua conta no Twitter, Sunak afirmou que está concorrendo para unir o Partido Conservador e consertar a economia do Reino Unido, “um grande país” que enfrenta “uma profunda crise econômica”.

“A escolha que nosso partido fizer agora decidirá se a próxima geração de britânicos terá mais oportunidades do que a anterior”, disse, lembrando que foi chanceler do país “ajudando a conduzir a economia nos momentos mais difíceis”.

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“Tenho um histórico de entrega, um plano claro para corrigir os maiores problemas e cumprirei as promessas do manifesto de 2019”, destacou, referindo-se às propostas feitas nas eleições gerais de 2019, quando quem estava no poder era Boris Johnson.

As indicações à liderança do Partido Conservador devem ser feitas até as 14 horas (horário local) de segunda-feira (24), para que possam ser definidos dois finalistas. Os nomes precisam receber o apoio de, no mínimo, 100 parlamentares – a menos que aconteça um consenso antes da realização de uma eleição online agendas para a sexta-feira (28).

Além de Sunak, a líder do grupo parlamentar conservador na Câmara dos Comuns, Penny Mordaunt, confirmou sua candidatura. Se houver três candidatos antes de segunda, os deputados votarão em um deles e os dois últimos serão submetidos à votação online pelos filiados ao partido.

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O limite mínimo de 100 representantes dos conservadores acaba por limitar a três candidatos, no máximo, a disputa pelo cargo, uma vez que o Partido possui 357 cadeiras na Câmara dos Comuns.

Histórico

Desde que foi anunciado, o chamado “mini-orçamento” – o plano de Truss que previa corte de impostos de até 45 bilhões de libras – desagradou quase que imediatamente os mercados e vários economistas, que consideravam o movimento muito arriscado dada a inflação e os riscos de recessão. Ato contínuo, a libra chegou a cair para seu patamar mais baixo em relação ao dólar e os juros dos títulos do governo subiram em alta velocidade, obrigando o Banco da Inglaterra (BoE) a criar um programa de recompra de até 65 bilhões de libras em papéis de longo prazo (gilts).

A pressão política já havia derrubado nomes importantes do gabinete de Truss nos últimos dias. No dia 14, o ministro da Finanças, Kwasi Kwarteng, caiu. A primeira medida anunciada pelo substituto de Kwarteng, Jeremy Hunt, já na segunda-feira (17), foi a reversão de quase todo o pacote fiscal de seu antecessor.

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Na quarta-feira (19), a renúncia da ministra do Interior, Suella Braverman, provocada pelo uso de um celular pessoal para guardar documentos confidenciais, expôs a perda de poder do grupo político de Truss dentro do próprio gabinete. A falta de apoio entre os conservadores ficou clara na derrota de uma votação sobre a liberação do fracking no país para a exploração do gás de xisto.

(Com informações do Estadão)