Proposta de arcabouço fiscal no Congresso e “payroll” nos EUA: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

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Diante de uma agenda de poucos indicadores no Brasil, a primeira semana de abril promete trazer novidades sobre o novo arcabouço fiscal apresentado pela equipe econômica do governo na última quarta-feira. A expectativa é que o projeto de lei complementar, que vai substituir o regime de teto de gastos, seja enviado para o Congresso Nacional nos próximos dias.

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“De toda forma, o arcabouço reduz o risco de uma trajetória não convergente da dívida pública nos próximos anos e pode contribuir para uma maior harmonização entre a política fiscal e a política monetária”, avalia a equipe de análise do Bradesco.

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O mercado vai observar possíveis efeitos da proposta de arcabouço fiscal no boletim Focus desta segunda-feira (3), com as projeções dos economistas consultados semanalmente pelo Banco Central.

Na próxima quarta-feira (5), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de evento do Bradesco BBI e a expectativa é que ele também toque no assunto.

Para além da proposta de arcabouço fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo deve apresentar, em breve, medidas que revisam taxações e isenções, com potencial para incrementar a arrecadação entre R$ 50 bilhões e R$ 150 bilhões.

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Resta saber se esses assuntos vão avançar de forma relevante em uma semana mais curta. Na sexta-feira é feriado cristão, da Paixão de Cristo. Nesse dia, não haverá negociações na Bolsa, pois a B3 estará fechada.

Apenas dois indicadores econômicos de relevância são esperados para os próximos dias no Brasil. Nesta segunda-feira (3), sai a balança comercial do mês de março. O Itaú prevê superávit de US$ 9,5 bilhões – a cifra é superior aos US$ 4,7 bilhões de fevereiro e os US$ 6,4 bilhões de março do ano passado.

Já o Bradesco estima superávit comercial de US$ 9,3 bilhões, “refletindo o bom desempenho das exportações de commodities“.

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Na quarta-feira (5), será divulgado o fluxo cambial mensal, referente à março.

Semana também está mais curta nos EUA

Assim como no Brasil, os mercados de ações e de títulos em Wall Street não vão funcionar na próxima sexta-feira, em função da Good Friday – o equivalente à nossa “sexta-feira santa”. Mesmo assim, um indicador importante está previsto para esse dia: a criação de empregos nos Estados Unidos.

Para o payroll de março, o consenso Refinitiv projeta a abertura de 238 mil vagas, uma desaceleração em relação às 311 mil de fevereiro. A taxa de desemprego deve se manter estável em 3,6%. Os salários devem apresentar crescimento mensal de 0,3%, na média, e de 4,3% na comparação anual.

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Na quarta-feira (5) sai a pesquisa ADP e a média das projeções do mercado prevê que 205 mil empregos tenham sido criados no setor privado em março. Para o relatório JOLTS, a ser divulgado na terça (4), a expectativa é de 10,4 milhões de vagas de trabalho em aberto no mês de fevereiro.

Além dos números do mercado de trabalho, uma série de indicadores de atividade (PMIs) serão divulgados ao longo da semana nos Estados Unidos. Os dados poderão indicar o quanto os juros altos estão pressionando o crescimento econômico e dar algum sinalização sobre os próximos passos do Federal Reserve.

Além dos EUA, são esperados índices de gerentes de compras na Alemanha, Reino Unido, Japão e China. Na maioria desses mercados, a semana também será encurtada por feriados.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados