Publicidade
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prometeu nesta quarta-feira entregar aos Estados mais 11,3 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus ainda em fevereiro para permitir a retomada da imunização em locais que ficaram sem doses, mas incluiu na conta 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca que ainda não tiveram o envio confirmado pela Índia.
Pazuello participou de reunião virtual com governadores que solicitaram o encontro para cobrar do ministro um calendário detalhado sobre a entrega de imunizantes e a busca de outros possíveis fornecedores, em meio a uma escassez de doses que levou cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Cuiabá a suspenderem a vacinação.
O ministro disse que serão entregues aos Estados ainda em fevereiro 11,3 milhões de doses, sendo 9,3 milhões de doses da CoronaVac envasadas pelo Instituto Butantan e 2 milhões de doses a serem importadas prontas da Índia do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford.
Continua depois da publicidade
A entrega da vacina da AstraZeneca, no entanto, ainda não foi confirmada pelas autoridades indianas, que no início do ano dificultaram uma primeira exportação de 2 milhões de doses ao Brasil para priorizar a vacinação interna.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é responsável pela importação, a compra ainda está sendo negociada.
Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu de imediato sobre a inclusão no calendário da vacina ainda em negociação.
Continua depois da publicidade
Até o momento o ministério disponabilizou aos Estados 11,8 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 9,8 milhões da CoronaVac e 2 milhões da AstraZeneca, após o governo federal ter demorado a negociar a aquisição de vacinas e de o país ter sofrido com atrasos na produção de imunizantes.
No domingo, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) pediu a saída urgente de Pazuello do comando da pasta, citando relatos de prefeitos de várias partes de país indicando a suspensão da vacinação dos grupos prioritários a partir desta semana, “em consequência da interrupção da reposição das doses e da falta de previsão de novas remessas pelo ministério”.
Na reunião com os governadores, Pazuello também incluiu no cronograma apresentado aos governadores outros 8 milhões de doses da vacina importada da Índia, sendo 4 milhões em março e mais 4 milhões em abril, que também ainda estão pendentes de confirmação.
Continua depois da publicidade
Além disso, as vacinas Sputnik V, da Rússia, e Covaxin, da Índia, também foram incluídas, apesar de ambas ainda não terem recebido aprovação regulatória para uso no país. No total, o governo prometeu entregar 231 milhões de doses até o final de julho.
“Totalizaremos até 31 de julho quase 231 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, ou seja, o suficiente para dar tranquilidade de proteção à população contra essa doença”, afirmou o ministro, segundo nota do ministério.
Segundo o ministério, está prevista para esta semana a assinatura de contratos com os laboratórios União Química/Gamaleya e Precisa/Bharat Biotech para a aquisição das vacinas Sputnik (10 milhões de doses) e Covaxin (20 milhões de doses), respectivamente.
Continua depois da publicidade
Em vídeo gravado após a reunião, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador sobre vacinas no Fórum Nacional dos governadores, disse que até abril estarão disponíveis 104 milhões de doses, o que será suficiente para vacinar os 50 milhões de pessoas da primeira fase, que é o grupo de maior risco, o que deverá ter um impacto positivo sobre hospitalizações e óbitos.
Pazuello, também em vídeo após o encontro, disse que até o final do ano deverá estar disponível um total de 450 milhões de doses de vacinas contra a Covid no país.
O ministro cita a Fiocruz e o Butantan, que já têm contratos firmados, além de União Química e Barath, em negociação, e “outros” laboratórios, que também estariam em negociação, mas que ele não nomina.
Continua depois da publicidade
A promessa do ministro aos governadores para o primeiro semestre inclui mais de 100 milhões de doses da vacina da AstraZeneca a serem produzidas pela Fiocruz com insumos importados, além de 10,6 milhões a serem entregues pelo mecanismo Covax, coliderado pela Organização Mundial da Saúde. (OMS).
O ministério também conta com um total de 100 milhões de doses da CoronaVac a serem entregues pelo Butantan. O instituto anunciou nesta quarta que vai antecipar em um mês, para o final de agosto, a conclusão da entrega ao ministério de um lote de 54 milhões de doses.
Já pensou em ser um broker? Esta série gratuita do InfoMoney mostra como entrar para uma das profissões mais bem remuneradas do mercado. Deixe seu e-mail abaixo para assistir.