PMI industrial do Brasil sobe em julho para o nível mais alto em cinco meses

Embora abaixo do patamar de 50,0 por nove meses seguidos, PMI industrial avançou de 46,6 em junho para 47,8 em julho

Roberto de Lira

Getty Images
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O índice gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil avançou de 46,6 m junho para 47,8 em julho, informou nesta terça-feira (1) a S&P Global. Embora tenha permanecido pelo 9º  mês seguido abaixo do patamar de 50,0 (que separa a expansão da contração), o resultado representou o patamar mais alto em cinco meses do indicador de atividade.

“O desempenho da economia industrial brasileira foi limitado novamente pela retração da demanda, acarretando novos cortes nos cronogramas de produção, empregos e níveis de compras”, disse a S&P Global.

Também foi comentado que a retração global da demanda por matérias-primas e a falta de pressão nas cadeias de suprimentos levaram à redução mais acentuada nos custos dos insumos já registrada em 17 anos e meio de coleta de dados. “Influenciadas por iniciativas de economia de custos e aumento das vendas, as empresas reduziram os preços de venda no maior nível já registrado desde junho de 2009”.

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Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, disse em nota que os resultados do PMI de julho para o setor industrial brasileiro têm implicações significativas para o desempenho econômico do país, o mercado de trabalho e as taxas de juros.

“O enfraquecimento prolongado da demanda, que restringiu os pedidos às fábricas e a produção nos últimos meses, indica uma contribuição menor do setor para o PIB no segundo trimestre de 2023 e no terceiro trimestre”, alertou.

Em relação ao mercado de trabalho, ela destacou que o PMI mostrou que o modo retraído em que o setor industrial se encontra se traduziu em menos oportunidades de trabalho e menores perspectivas de emprego.

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“Considerando o estado do setor industrial, uma queda recorde nos custos dos insumos já registrada pela pesquisa e a redução mais acentuada nos preços de bens finais desde 2009, o Banco Central poderia acelerar sua decisão de cortar as taxas de juros. Reduções na taxa de referência poderiam estimular gastos de famílias e investimentos de empresas, beneficiando a economia e potencialmente tirando a indústria da sua crise atual.”