PMI industrial do Brasil recua de 49,0 em setembro para 48,6 em outubro, diz S&P Global

Foi registrada a segunda queda sucessiva em novos pedidos e gerentes reclamaram da demanda fraca e do recuo nas exportações

Roberto de Lira

(Shutterstock)
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O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil recuou de 49,0 em setembro para 48,6 em outubro, ficando assim pelo segundo mês consecutivo abaixo do nível de 50,0, que separa a contração da expansão da atividade, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (2) pela S&P Global.

De acordo com os participantes da pesquisa, a retração da demanda e tendências adversas nas vendas acarretaram cortes na produção. Embora modesta, a taxa de declínio foi mais acelerada do que em setembro.

Foi registrada a segunda queda sucessiva em novos pedidos efetuados junto aos fabricantes brasileiros e os gerentes de compras comentaram na pesquisa sobre condições de demanda fraca, diminuição das exportações e uma conjuntura econômica difícil.

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O padrão de exportação também piorou em outubro, com pedidos do exterior caindo ao ritmo mais acelerado desde março. Os fatores listados para a queda no volume de novos pedidos vindos do exterior incluíram as condições econômicas desafiadoras na Argentina, a redução da demanda global por produtos e pressões competitivas a nível internacional.

Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, comentou em nota que, embora a retração no setor industrial do Brasil sinalizada pelo PMI durante o mês de outubro tenda a ser uma leitura desencorajadora, há um lado bom no fato de a retração da demanda ter continuado a justificar quedas de preços.

“À medida que a incerteza econômica, a desestocagem e a baixa demanda dos clientes afetaram o setor industrial, a produção e os novos pedidos diminuíram pelo segundo mês consecutivo. O ânimo do mercado ficou um pouco para baixo, sem os clientes do mercado interno nem os de exportação dispostos a se comprometer com novos contratos”, disse.

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Mas ela ponderou que a desaceleração na atividade industrial propiciou boas notícias em termos de maior disponibilidade de recursos entre os fornecedores, ajudando a reduzir os preços de matérias-primas pelo sexto mês consecutivo em outubro.

“Isso, juntamente com condições competitivas e esforços para alavancar as vendas, continuou a se refletir em cortes nos preços de fábrica, o que poderia favorecer as vendas nos próximos meses.”