PMI de serviços da zona do euro cai de 52,0 em junho para 51,1 em julho

Indicador é o mais baixo em seis meses; PMI composto, que agrega indústria e serviços, recuou de 49,9 para 48,9 em um mês

Roberto de Lira

(Christian Lue/Unsplash)
(Christian Lue/Unsplash)

Publicidade

O índice de gerentes de compras do setor de serviços (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro mostrou recuo de 52,0 em junho para 51,1 em julho, atingindo assim o nível mais baixo em seis meses. Com isso, o índice composto, que agrega o setor industrial e o de serviços recuou de 49,9 para 48,9 em um mês, também atingindo a mínima desde novembro. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (24) pela S&P global em parceira com o banco HCOB.

O PMI industrial também continuou a encolher, de 43,4 para 42,7 entre junho e julho, o mais fraco em 38 meses.

A pesquisa mensal mostrou deterioração de indicadores futuros, como expectativas fracas de produção e de entrada de novos pedidos, com uma probabilidade maior de a desaceleração se aprofundar nos próximos meses, levando as empresas a diminuir contratações. Já as pressões sobre os preços continuam moderadas, subindo no ritmo mais lento em quase dois anos e meio.

Continua depois da publicidade

Os preços cobrados pelos fabricantes caíram a uma taxa não observada desde o auge da crise financeira global em 2009, em meio à queda na demanda, enquanto a inflação dos preços de venda do setor de serviços recuou para uma mínima de 21 meses.

Entre os principais países com dados disponíveis, a França relatou uma desaceleração no PMI acentuada na produção, que caiu pelo segundo mês consecutivo, e a uma taxa mais forte desde novembro de 2020. Se a pandemia for excluída, o declínio foi o mais intenso desde maio de 2013.

A Alemanha também recuou para a área de contração (abaixo de 50,0), após a produção cair pela primeira vez desde janeiro. Houve queda especialmente acentuada na produção industrial alemã, que se deteriorou a uma taxa não vista desde 2009, excluindo os meses de bloqueio .

Continua depois da publicidade

O restante da região da moeda única teve um crescimento muito modesto pelo segundo mês consecutivo, representando o desempenho mais fraco até agora neste ano. Segundo os pesquisadores, isso reflete uma desaceleração cada vez mais severa na manufatura e um crescimento mais fraco da demanda por serviços.

Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, comentou em nota que a manufatura continua a ser o calcanhar de Aquiles da zona do euro. “Os produtores cortaram sua produção novamente em um ritmo acelerado em julho, enquanto a atividade do setor de serviços ainda está se expandindo, embora a uma taxa muito menor do que no início do ano”, afirmou.

Ele prevê que a economia da zona do euro provavelmente entrará em território de contração nos próximos meses, à medida que o setor de serviços continuar perdendo força.

Continua depois da publicidade

“A leitura do PMI não vai agradar as autoridades do BCE, pois os preços no setor privado ainda estão subindo, liderados pelo setor de serviços. Assim, a presidente do BCE, Christine Lagarde, certamente manterá suas armas e aumentará as taxas de juros em 25 pontos-base na próxima reunião monetária no final de julho”, estimou.