PMI da indústria no Brasil sobe de 47,5 em janeiro para 49,2 em fevereiro, diz S&P Global

Mesmo com produção e vendas ainda restringidos, setor demonstra estar caminhando para a estabilização, diz a pesquisa

Roberto de Lira

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O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil cresceu de 47,5 em janeiro para 49,2 em fevereiro, informou nesta quarta-feira (1) a S&P Global. Apesar da melhora, este é quarto mês seguido que o indicador ficou no território da contração (abaixo de 50,0).

Segundo a pesquisa mensal, o setor industrial brasileiro mostrou queda na produção e nas vendas em fevereiro e essa deterioração sustentada da demanda levou as empresas a reduzir o número de funcionários, diminuir os níveis de compras e esgotar os estoques de insumos.

No entanto, a expectativa dos negócios permaneceu positiva e forte pelos padrões históricos.

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Várias empresas atribuíram a queda nas vendas às fracas condições de demanda e à incerteza dos clientes em relação à economia. Ao mesmo tempo, algumas empresas indicaram um aumento nas carteiras de pedidos, o qual associaram à melhora na demanda por itens específicos.

Os dados de fevereiro também apontaram para uma forte deterioração na demanda externa por produtos brasileiros. As empresas comentaram na pesquisa sobre os desafios de estabelecer preços competitivos nos mercados internacionais.

Para Pollyanna de Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, embora os fabricantes brasileiros tenham relatado alguns desafios em fevereiro, parece que o setor está caminhando para a estabilização após uma angústia pós-eleitoral relacionada às condições operacionais.

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“Os pedidos às fábricas caíram apenas superficialmente e algumas empresas chegaram a sinalizar uma melhor demanda por determinados itens. De fato, se observarmos os dados granulares da pesquisa PMI, podemos ver uma recuperação nas vendas de bens de consumo e de investimento”, comentou.

Ela também afirmou que a produção e o emprego diminuíram apenas marginalmente, com a queda neste último centrada nos fabricantes de bens intermediários.

Um dificuldade particular que as empresas citaram foi sobre sua capacidade de estabelecer preços competitivos nos mercados internacionais, o que resultou em outra contração substancial no índice de novos pedidos para exportação.

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Sobre custos, Pollyanna afirmou que uma combinação de condições de demanda fraca, melhorias nas cadeias de suprimentos e queda dos preços globais de algumas matérias-primas ajudou a reduzir a inflação em fevereiro.

”Os preços de insumos e custos de produção subiram a taxas semelhantes às de janeiro, que permaneceram abaixo de suas médias de longo prazo”, comparou.

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