No Japão, Kuroda reforça política acomodatícia do BoJ

Presidente do BC japonês atribui escalada inflacionária ao avanço dos preços internacionais de commodities e defende apoio à demanda local

Estadão Conteúdo

(Getty Images)
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Apesar da recente desvalorização do iene e do repique na inflação, o presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, reiterou nesta segunda-feira (26) que a instituição pretende manter a postura acomodatícia da política monetária.

“O banco continuará com o relaxamento monetário para apoiar firmemente a economia do Japão do lado da demanda e, assim, estimular a formação do ciclo virtuoso acompanhado de aumentos salariais”, afirmou, durante encontro com líderes empresariais em Osaka.

Kuroda projetou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no país deve voltar a cair abaixo da meta de 2% no começo de 2023, após ter atingido cerca de 3% em agosto.

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Segundo ele, a escalada inflacionária resulta, em grande parte, do avanço dos preços internacionais de commodities e da queda do iene. “Tal pressão ascendente dos altos custos sobre os preços elevados está projetada para diminuir gradualmente a partir do início de 2023”, disse.

Iene x Dólar

Os comentários acontecem poucos dias após o BoJ ter mantido juros ínfimos, na contramão do movimento global de aperto monetário. A decisão derrubou o iene às mínimas em 24 anos ante o dólar.

Kuroda também disse que a decisão do Ministério de Finanças do país de intervir no mercado cambial para a compra de ienes e venda de dólares, na semana passada, foi apropriada.

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O recente enfraquecimento do iene foi “rápido e unilateral”, disse Kuroda. “Tal desvalorização do iene é negativa para a economia japonesa, porque torna difícil para as empresas desenvolverem planos de negócios e cria incertezas para o futuro”, afirmou.

Kuroda avaliou também que a postura de relaxamento monetário do BoJ não contradiz a intervenção cambial do ministério e prometeu que o BC japonês manterá contato estreito com o governo.

(Dow Jones Newswires)