Monitor do PIB mostra retração de 0,6% em agosto ante julho, diz FGV

Menor contribuição da agropecuária e recuo nos investimentos, especialmente em máquinas e equipamentos, explicam dado negativo

Roberto de Lira

(Getty Images)
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O Monitor do PIB aponta queda de 0,6% na atividade econômica em agosto em comparação com julho, informou nesta segunda-feira (23) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na comparação interanual a economia cresceu 2,5% em agosto e 2,8% no trimestre móvel encerrado em agosto. No acumulado em 12 meses até agosto, o crescimento registrado na economia foi de 3,0%.

Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, disse em nota que dois componentes se destacam negativamente no indicador do mês. Pela ótica da oferta, a forte queda na agropecuária, explicada pela redução da colheita de safras, como a soja. Pela ótica da demanda, a retração na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimentos, tem se aprofundado principalmente devido ao desempenho negativo do segmento de máquinas e equipamentos.

“O comportamento negativo da agropecuária era de certa forma esperado, devido ao calendário de colheitas e ao forte desempenho positivo observado no setor no primeiro semestre. No entanto, o contexto de retração da FBCF é bastante diferente, tendo influência da alta taxa de juros do país”, explicou Juliana.

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O consumo das famílias cresceu 3,1% no trimestre móvel encerrado em agosto. Desde o trimestre móvel até maio há uma estabilidade no crescimento do consumo das famílias embora seja observada pequena modificação de composição, informa a FGV. O consumo de serviços tem reduzido sua contribuição, enquanto o consumo de produtos duráveis tem elevado a sua participação para o total do consumo nos últimos trimestres.

Já FBCF retraiu 5,0% no trimestre móvel findo em agosto. Pela primeira vez, desde o trimestre encerrado em abril de 2022 o segmento da construção retraiu, mas a sua pequena contribuição de -0,2 p.p. para a FBCF por si só não justifica a forte retração observada neste componente desde o início do ano, disse a instituição.

“O segmento de máquinas e equipamentos tem ampliado suas retrações ao longo dos trimestres, tendo sido influenciado pelos desempenhos ruins em diversos tipos, tendo como principal destaque o segmento de caminhões, ônibus e relacionados.”

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A taxa de investimento em agosto foi de 17,5%, pouco acima da média histórica desde 2015 (16,7%), mas abaixo da média histórica desde 2000 (18%).

Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até agosto em valores correntes, tenha sido de R$ 7,039 trilhões.