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A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC, na sigla em inglês) da China informou nesta segunda-feira (31) que vai lançar mão de uma série de medidas para tentar incentivar o consumo doméstico, mas não anunciou nenhuma ação concreta de apoio financeiro à população. O plano está mais focado na remoção de restrições, à melhoria de infraestrutura e ao incentivo a eventos e festivais para favoreceu o turismo interno.
A NDRC prometeu estimular o consumo de uma ampla gama de itens e serviços, incluindo veículos de nova energia (NEVs), eletrodomésticos, eletrônicos, alimentação, setores culturais e turísticos, incluindo as áreas rurais. Também se comprometeu a apoiar a demanda por moradia e melhoria de vida.
Em um entrevista coletiva, Li Chunlin, vice-chefe da comissão disse que o objetivo é estabilizar o consumo de itens mais caros, expandir o consumo de serviços, promover o consumo rural, explorar novos tipos de consumo, melhorar as instalações e otimizar o ambiente de compras.
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Para o segmento de automóveis, serão retiradas algumas medidas de restrição, enquanto outras serão adaptadas às condições locais, disse o NDRC em aviso. Esforços devem ser feitos para construir infraestrutura de carregamento de baterias para promover o uso de carros movidos a energias novas, como os elétricos, além de melhorar os incentivos fiscais para a compra desses veículos.
Li disse que a produção e as vendas de automóveis na China cresceram notavelmente no primeiro semestre do ano, aumentando 9,3% e 9,8%, respectivamente. Durante o mesmo período, a produção dos NEVs aumentou 42,4% ano a ano, para quase 3,79 milhões de unidades, enquanto as vendas dessa categoria cresceram 44,1%, para quase 3,75 milhões de unidades.
A política fiscal preferencial de compra de NEVs foi prorrogada para até final de 2027 e foi implantada uma diretriz para apoiar as pessoas que vivem em áreas rurais a comprar e usar NEVs, com foco no aumento da construção das infraestruturas de carregamento.
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O planejador econômico do estado também defendeu o consumo de eletrodomésticos por meio de trocas de aparelho e reciclagem dos usados.
Mercado imobiliário
No final de semana, as autoridades habitacionais nas principais cidades da China prometeram apoio à recuperação do mercado imobiliário, refletindo a intenção de Pequim de flexibilizar ainda mais as medidas imobiliárias.
No sábado e no domingo, declarações oficiais de cidades de primeiro nível, as mais populosas (como Pequim, Shenzhen e Guangzhou), prometeram apoio ao mercado imobiliário em dificuldades.
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Segundo o jornal South China Morning Post, a Comissão Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural em Pequim e Shenzhen publicou declarações separadamente em suas contas oficiais do WeChat, dizendo que iriam “satisfazer a demanda de melhoria por habitação” e “facilitar um desenvolvimento estável e saudável” dos mercados imobiliários das cidades.
Jornais locais divulgaram ainda que Guangzhou lançará em breve medidas de afrouxamento para apoiar ainda mais a demanda por moradias e o desenvolvimento do mercado imobiliário da cidade.
Esses anúncios ocorreram após Ni Hong, ministro da Habitação e Desenvolvimento Urbano-rural da China, declaram em uma reunião com representantes de desenvolvedores na quinta-feira que mais medidas de flexibilização para o setor imobiliário seriam implementadas, incluindo a redução das taxas de hipotecas e redução das taxas de pagamentos iniciais.
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Segundo o jornal, o slogan “moradia é para viver, não para especular” foi excluído do anúncio oficial pela primeira vez em cinco anos, alimentando especulações de que a China aliviará as medidas restritivas de propriedade em cidades de primeiro e segundo níveis.
Os formuladores de políticas em Pequim estão ficando cada vez mais preocupados com o crescimento e reconheceram a necessidade de fortalecer o setor imobiliário declinante. “Eles estão iniciando uma nova rodada de flexibilização imobiliária e podem introduzir algum estímulo para reconstruir bairros antigos das grandes cidades”, disse Ting Lu, economista-chefe da Nomura para a China, em nota.
“No entanto, até agora os passos são tímidos e o roteiro ainda não está muito claro. Embora os movimentos recentes de Pequim devam ser encorajados, os mercados precisam conter seu entusiasmo em relação à escala e ao impacto dessas medidas de flexibilização”, acrescentou Lu.
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Em junho, Pequim viu os preços das novas residências subirem levemente 0,1% em relação ao mês anterior, enquanto os preços em Guangzhou e Shenzhen caíram 0,1% e 0,3%, respectivamente, de acordo com dados do Departamento Nacional de Estatísticas.
Nacionalmente, as vendas de casas novas caíram 5,3%, para 595 milhões de metros quadrados no primeiro semestre, segundo dados oficiais, embora o valor tenha subido 1,1%, para 6,3 trilhões de yuans.