Publicidade
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, admitiu hoje em entrevista que que a probabilidade de uma recessão na União Europeia aumentou e que o grau de incerteza econômica ainda é elevado, mas disse que o comitê do Banco fará o que for necessário para trazer a inflação na região de volta à meta de 2%.
“O nosso mandato é a estabilidade dos preços, e temos de cumprir utilizando todas as ferramentas de que dispomos, escolhendo as mais adequadas e eficientes. Em última análise, taxas de inflação persistentemente altas são mais prejudiciais para a sociedade porque tornam todos mais pobres. Preços estáveis fornecem a base para uma economia que funcione bem, na qual todos se beneficiam”, disse em entrevista o site de notícias Delfi
Lagarde lembrou que a normalização da política monetária do BCE começou há quase um ano, em dezembro de 2021, quando foi anunciada a intenção de encerrar a compra líquida de títulos sob o programa emergencial na pandemia.
Continua depois da publicidade
E, desde julho passado, as taxas de juros foram elevadas em 200 pontos base, o aumento mais rápido na história do euro. “Mas nós ainda não acabamos. Vamos decidir sobre os próximos passos da política reunião por reunião, avaliando a cada vez como as perspectivas para a economia e a inflação evoluíram, considerando também como as medidas que tomamos até agora estão funcionando. Quanto mais tempo a inflação se mantiver em níveis tão elevados, maior será o risco de que ela se espalhe por toda a economia”, afirmou.
A presidente do BCE destacou que as elevadas taxas de inflação pesam sobre o rendimento disponível das famílias, especialmente para aquelas de renda mais baixa. “Ao mesmo tempo, vemos que o mercado de trabalho é notavelmente robusto. Isso ajudou a fortalecer as finanças das famílias até agora, juntamente com as economias acumuladas durante a pandemia”, comentou.
No entanto, concluiu Lagarde, as famílias podem estar vulneráveis ao aumento dos custos do serviço da dívida, especialmente em países onde os imóveis residenciais estão sobrevalorizados, os níveis de dívida são elevados e uma parcela maior da dívida das famílias está sujeita a taxas de juros variáveis.