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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aumentou sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária este ano, de um avanço esperado de 2,2% para uma expansão de 2,6%. No entanto, o órgão alerta que a crise hídrica é um fator de risco que pode atrapalhar a expectativa de crescimento do setor.
As estimativas do Ipea consideram uma elevação de 2,7% na produção vegetal em 2021, além de aumento de 2,5% na produção animal.
“O que motivou a revisão para cima foi a melhora no resultado esperado de itens importantes tanto na produção vegetal como animal no ano. Os principais riscos dessa projeção de crescimento estão relacionados à crise hídrica, que pode prejudicar mais do que o previsto a produção vegetal, e ao segmento da pecuária de bovinos, que ainda tem incertezas relativas à oferta e à demanda”, ressaltou o Ipea na Carta de Conjuntura divulgada nesta quarta-feira, 23.
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O Ipea espera que as perdas previstas para este ano na produção de culturas como o café (-21,0%), algodão (-19,7%), milho (-3,9%) e cana de açúcar (-3,1%) sejam mais do que compensadas pelo bom desempenho da soja (9,4%), arroz (2,8%) e trigo (27,9%).
Na produção animal, o Ipea menciona expectativas de crescimento na produção de todos os segmentos: bovinos (0,9%), suínos (6,8%), aves (6,5%), leite (3,2%) e ovos (2,3%). Segundo o Ipea, a alta na produção de carne bovina ficará aquém do inicialmente esperado, mas será compensada pelo bom desempenho de suínos e aves.
“A produção de suínos e frangos foi impulsionada pelo aumento do consumo em substituição ao da carne bovina, que permanece com preço elevado e oferta limitada de animais para abate”, explicou Pedro Garcia, pesquisador associado do Ipea, em nota oficial.
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As projeções do Ipea têm como base informações do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em estimativas próprias para a pecuária a partir de dados das Pesquisas Trimestrais do Abate, Produção de Ovos de Galinha e Leite, também do IBGE.
“No caso da produção vegetal, a ocorrência de choques climáticos adversos no Centro-Sul e a possibilidade de adoção de medidas restritivas ao uso da água para a lavoura – em função da necessidade de poupar o recurso para a geração de energia hidroelétrica – pode afetar negativamente as estimativas para alguns produtos. No que diz respeito à produção animal, o risco continua sendo uma possível frustração na projeção de crescimento da produção de bovinos, que pode ser impactada por uma recuperação na oferta de animais mais lenta do que o projetado”, alertou o Ipea, em nota.