IGP-M sobe 0,50% em outubro, mas acumula queda de 4,57% em 12 meses

O dado de outubro ficou acima do consenso Refinitv de analistas, que previa inflação de 0,37% no mês; carne bovina avançou 3,85%

Roberto de Lira

Preço da carne bovina foi destaque de alta no mês (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Preço da carne bovina foi destaque de alta no mês (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) teve alta de  0,50% em outubro, após subir 0,37% em setembro, informou nesta segunda-feira (30) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula recuo de 4,46% no ano e queda de 4,57% em 12 meses.

Em outubro de 2022, o índice tinha mostrado queda de 0,97%, mas acumulava alta de 6,53% em 12 meses.

O dado de outubro ficou acima do consenso Refinitv de analistas, que previa inflação de 0,37% no mês.

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Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, a taxa do índice ao produtor continua em aceleração, influenciada pelo aumento nos preços de importantes commodities, como bovinos (de -10,11% para 6,97%), açúcar (de -2,70% para 12,88%) e carne bovina (-4,55% para 3,85%).

“Essas mudanças, que afetam parcialmente os itens que impactam os preços dos produtos finais no varejo, em breve contribuirão para atenuar a deflação observada no grupo Alimentação do IPC (de -0,60% para -0,39%). Esta classe de despesa tem atuado como um elemento de estabilização, impedindo que a inflação ao consumidor acelere em 2023″, afirmou em nota.

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou um aumento de 0,60% em outubro, superior à alta ocorrida em setembro, de 0,41%. Nos estágios de processamento, a taxa do grupo de Bens Finais apresentou um acréscimo de 0,06% em outubro, em contraste com a queda de 0,03% no mês anterior.

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O principal fator que contribuiu para esse resultado foi o subgrupo de alimentos processados, cuja taxa passou de -0,74% para 0,49% no mesmo período. O índice referente a Bens Finais (ex) (excluindo os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para o consumo) variou 0,28% em outubro, após uma queda de 0,27% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários apresentou uma variação de 0,69% em outubro, marcando uma desaceleração em comparação ao aumento de 1,50% registrado no mês anterior.

O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 15,04% para 2,32%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) variou 0,38% em outubro, em contraste com a queda de 0,71% observada em setembro.

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O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou um aumento de 1,06% em outubro, revertendo a queda de 0,38% que havia sido observada em setembro. Os principais contribuintes para essa mudança na taxa do grupo foram os itens: bovinos (-10,11% para 6,97%), cana-de-açúcar (-0,62% para 2,59%) e milho em grão (-4,22% para 1,05%).

Por outro lado, alguns itens apresentaram um movimento oposto, destacando-se: soja em grão (2,33% para -2,45%), minério de ferro (6,53% para 4,91%) e mandioca/aipim (-0,60% para -4,80%).

IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) permaneceu estável em outubro, registrando uma variação de 0,27%, o mesmo valor observado em setembro. Dentre os oito grupos que compõem o índice, cinco apresentaram aumento em suas taxas de variação, dois tiveram redução e um manteve a mesma taxa do mês anterior.

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Em termos de influência, houve acréscimos nas taxas de variação em Educação, Leitura e Recreação (-0,10% para 2,99%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,11% para 0,21%), Alimentação (-0,60% para -0,39%), Vestuário (-0,08% para 0,15%) e Despesas Diversas (-0,04% para 0,06%).

Dentro dessas classes de despesa, se destacaram: passagem aérea (-1,29% para 19,70%), artigos de higiene e cuidado pessoal   (-1,31% para 0,09%), carnes bovinas (-2,41% para -1,01%), roupas femininas (-0,62% para 0,03%) e alimentos para animais domésticos (-0,49% para 0,24%).

Por outro lado, houve influências negativas dos grupos Transportes (1,75% para -0,12%) e Habitação (0,41% para 0,19%). Dos itens que mais contribuíram para essas reduções, os destaques foram a gasolina (5,01% para -0,91%) no grupo Transportes e a tarifa de eletricidade residencial (1,33% para -0,03%) no grupo Habitação.

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No entanto, o grupo Comunicação manteve a mesma taxa do mês anterior, registrando 0,07%.

INCC

Em outubro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou uma variação de 0,20%. Isso representa uma ligeira redução em comparação com a taxa de 0,24% registrada em setembro.

Os três grupos que compõem o INCC tiveram as seguintes variações na transição de setembro para outubro: Materiais e Equipamentos (0,04% para 0,07%), Serviços (0,38% para 0,79%) e Mão de Obra (0,48% para 0,29%).