Georgieva, do FMI, diz que é preciso manter o curso da política monetária até a inflação voltar à meta

Diretora-gerente do Fundo diz ver sinais de transmissão da política para a atividade econômica, mas que índices de preços ainda estão altos

Estadão Conteúdo

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva Foto: Mark Wilson/Getty Images)
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva Foto: Mark Wilson/Getty Images)

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Episódios anteriores mostram que relaxar política monetária cedo demais pode desfazer progressos na inflação, segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. Em publicação no blog da instituição nesta quinta-feira (13), Georgieva defendeu que é fundamental permanecer no curso atual de política até que a inflação seja levada às metas dos bancos centrais de forma duradoura, ao mesmo tempo que monitoram os riscos para o setor financeiro.

A dirigente apontou que observa os primeiros sinais de transmissão da política para a atividade econômica, com o aperto nos padrões de empréstimo nos EUA e na zona do euro. No entanto, ela ressaltou que formuladores de política devem “evitar celebrações prematuras”.

Ela comentou ainda que o nível de preços permanece bem acima das metas dos BCs na maior parte dos países dos G20, especialmente nas economias avançadas, ainda que a nível global a inflação pareça ter chegado ao pico e o seu núcleo tenha apresentado alguma desaceleração.

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Georgieva disse ainda que, na trajetória de levar a inflação à meta, é necessário haver comunicação clara de bancos centrais e supervisão do setor financeiro para reduzir riscos de grandes mudanças nas condições financeiras. Ela falou também que a política fiscal tem que desempenhar o seu papel.

“Apertar os cordões da bolsa após um período de apoio excepcional relacionado à pandemia pode apoiar a desinflação, reconstruir amortecedores e aumentar a sustentabilidade da dívida, enquanto medidas temporárias e direcionadas podem ser necessárias para ajudar pessoas vulneráveis a lidar com a crise imediata do custo de vida”, escreveu.