Empresas japonesas planejam aumentos salariais maiores que os da ofensiva salarial Shunto

Confederação dos sindicatos pede reajuste de 5% na negociação tradicional de primavera, mas grandes empresas anunciaram aumentos maiores

Roberto de Lira

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As empresas japonesas estão iniciando uma corrida para aumentar os salários antes mesmo da tradicional ofensiva salarial da primavera, o Shunto, que acontece entre março e abril. Os empresários temem perder pessoal qualificado para outros países, uma vez que a economia local continua dando mostras de estagnação, enquanto os salários são inferiores aos pagos nos Estados Unidos, Europa, Coreia do Sul.

Segundo o jornal The Japan Times, a confederação dos sindicatos japoneses (Rengo) está pedindo um aumento salarial de cerca de 5% neste ano, mas muitas empresas já anunciaram reajustes maiores.

Em 7 de fevereiro, o presidente da Nintendo, Shuntaro Furukawa, disse que a fabricante de jogos dará a todos os funcionários um aumento salarial de 10% em abril. Isso mesmo num contexto de previsão de vendas e lucros menores para a companhia no ano fiscal que termina em março.

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A fabricante de produtos químicos Kuraray, por sua vez, planeja realizar um aumento combinado de cerca de 8% nos salários regulares e na escala salarial. A fabricante de vidro AGC disse estar considerando um aumento médio combinado de cerca de 6% nos salários regulares.

A Fast Retailing, operadora das lojas de roupas Uniqlo, promete aumentar os salários anuais em até 40% e a montadora Nidec planeja elevar o salário médio em 7% nesta primavera, como parte de um plano mais amplo para um aumento desalário em 30% até o ano fiscal de 2025.

“As empresas que competem globalmente estão cada vez mais cientes dos baixos salários no Japão”, disse Hisashi Yamada, vice-presidente do Japan Research Institute. “Acho que temem que o pessoal jovem e excelente possa ser arrebatado por firmas estrangeiras.”