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PARIS (Reuters) – Nos últimos dias de campanha antes do primeiro turno das eleições francesas de domingo, o presidente Emmanuel Macron está fazendo uma súbita guinada para a esquerda para mobilizar eleitores que costumavam votar nos socialistas e que ele teme que possam ficar em casa no dia da votação.
Macron, que passou os últimos cinco anos cortejando a centro-direita depois de derrotar o Partido Socialista e atrair a maioria de seus eleitores em 2017, está mudando o rumo, depois que pesquisas de opinião mostraram que a abstenção recorde pode ajudar a candidata de extrema-direita Marine Le Pen a vencer.
Em uma reunião na quinta-feira com leitores do jornal Le Parisien, Macron prometeu ampliar medidas para proteger os eleitores do aumento dos preços da eletricidade e do petróleo, e disse que, quando as empresas pagam dividendos, devem ser forçadas a compartilhar parte dos lucros com os funcionários.
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Nesta sexta-feira, ele também negou ter se desviado demais para a direita durante seu primeiro mandato, quando cortou impostos sobre os ricos, reduziu subsídios de moradia e ordenou uma repressão policial aos protestos dos “coletes amarelos”.
“Com o que fizemos pela educação e pelos hospitais, não tenho a sensação de que seja uma plataforma de direita”, disse Macron à rádio RTL, enfatizando que, embora prometesse aumentar a idade de aposentadoria, também planeja elevar a pensão mensal mínima para 1.100 euros.
Pesquisas de opinião mostram Le Pen, principal rival de Macron, se aproximando do presidente com apenas dois dias para o primeiro turno, impulsionada por sua estratégia de se concentrar no custo de vida, no momento em que os preços recordes na bomba de gasolina e a inflação dos alimentos se tornaram a principal preocupação dos eleitores.
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Macron, por sua vez, vem perdendo terreno desde meados de março, pressionado por um manifesto que apresenta medidas conservadoras impopulares, como aumentar a idade de aposentadoria para 65 anos e condicionar alguns benefícios previdenciários.
“Hoje, os eleitores de esquerda acham que ele é muito de direita”, disse à Reuters Jean-Daniel Levy, do instituto de pesquisas Harris Interractive. “Assim, tranquilizar a esquerda é um desafio importante para o presidente.”
Em um comício no sábado passado, Macron fez um apelo claro aos eleitores de esquerda, pedindo uma salva de palmas para professores e enfermeiros, prometendo criar empregos em hospitais e lares de idosos e dizendo que os benefícios sociais seriam condicionados ao treinamento e não ao trabalho comunitário, como sugerido anteriormente.
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