Eleição na Argentina vai para segundo turno entre Massa, com 36% dos votos, e Milei, com 30%

Só venceria em primeiro turno o candidato que obtivesse 45% dos votos válidos ou alcançasse 40% com diferença mínima de 10 pontos para o segundo colocado

Equipe InfoMoney

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A eleição presidencial na Argentina será decidida em segundo turno entre o atual ministro da Economia, Sergio Massa (União Pela Pátria), e o candidato de extrema direita Javier Milei (A Liberdade Avança).

Com 98,51% das urnas apuradas, Massa tem 36,68% dos votos (9,6 milhões), enquanto Milei soma 29,98% (7,8 milhões), de acordo com a contagem da Justiça Eleitoral do fim do domingo.

Patricia Bullrich (Juntos Pela Mudança), considerada a candidata pró-mercados, terminou em terceiro lugar com 23,83% dos votos. Sua saída levanta preocupações sobre o futuro de uma coligação que, até recentemente, era vista como uma possível sucessora da aliança peronista no poder.

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Pelas regras eleitorais da Argentina, só venceria em primeiro turno o candidato que obtivesse 45% dos votos válidos ou alcançasse um patamar de 40% com uma diferença mínima de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Não foi o caso.

A nova votação está marcada para 19 de novembro.

Cerca de 35,8 milhões de argentinos estavam aptos para ir às urnas e escolher o próximo presidente do país. A taxa de comparecimento foi de 74%, de acordo com a Cámara Nacional Electoral.

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A votação, encerrada às 18h, teve participação maior que a registrada nas eleições primárias (PASO) de agosto, que foi de 70%. Porém, marcou um recorde de absenteísmo em uma eleição do tipo desde a retomada da democracia no país vizinho, há 40 anos, calculou o jornal Clarín.

O recorde negativo anterior havia sido a taxa de comparecimento de 76,2% da eleição de 2007, quando Cristina Kirchner venceu pela primeira vez.

O segundo turno colocará em disputa dois candidatos com pontos de vista diametralmente opostos: um do duradouro movimento peronista – que governou a Argentina durante a maior parte dos últimos 20 anos e sobrevive apesar dos resultados econômicos – contra o libertário radical que quer dolarizar a economia para acabar com a inflação acima dos 138% em 12 meses.

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Nos mercados, mais um mês de volatilidade se avizinha, enquanto Massa e Milei duelam pelos votos.

À frente do Ministério da Economia, Massa cortou impostos nas últimas semanas e aumentou gastos sociais. Sua vantagem no primeiro turno pode indicar que seguirá essa estratégia. Ao mesmo tempo, acredita-se que ele poderá evitar nova desvalorização do peso, como fez no dia seguinte às eleições primárias de agosto – quando Milei saiu na frente.

O segundo turno era um cenário temido pelos investidores de títulos argentinos, pois prolonga a incerteza. A maioria das notas internacionais da Argentina negociou abaixo de 30 centavos por dólar nas últimas semanas, com rendimentos crescentes ampliando o receio de um décimo default da dívida pelo país.

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(Com informações da Bloomberg e do Clarín)