Doria anuncia início da produção da CoronaVac no Butantan e prevê fabricar 1 milhão de doses por dia

Governador afirmou que demanda pela vacina é nacional e que doze estados, incluindo São Paulo, já formalizaram solicitação para a vacina

Giovanna Sutto

Governador de SP, João Doria, com caixa da vacina CoronaVac (REUTERS/Amanda Perobelli)
Governador de SP, João Doria, com caixa da vacina CoronaVac (REUTERS/Amanda Perobelli)

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SÃO PAULO – João Doria, governador de São Paulo, anunciou nesta quinta-feira (10) que o Instituto Butantan começou a produzir nesta quarta (9) a CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida em parceria com a Sinovac.

A Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) ainda não deu aval para que a vacina seja aplicada na população. O governador definiu o momento como “histórico” e afirmou que com essas medidas “a capacidade de produção chegará a 1 milhão por dia”.

Doria ainda explicou que a fábrica do Butantan passará a funcionar 24 horas por dia, todos os dias da semana, e disse que autorizou a contratação de mais 120 técnicos.

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“Essa é a produção brasileira que está sendo feita com insumos da Sinovac. Um momento histórico que orgulha os brasileiros. Para a produzir a quantidade de vacinas que a urgência nos impõe a fábrica do Butantan que funcionava em escalas, passa agora a funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana. Autorizamos a contratação de 120 técnicos. Com isso, a capacidade de produção da vacina chegará a um milhão de doses por dia”, disse.

Doria reiterou o desejo pela vacina é nacional e que doze estados, incluindo São Paulo, já formalizaram solicitação para a vacina.

O governador ressaltou que no dia 25 de janeiro a população do estado começa a ser imunizada conforme o PEI (Plano Estadual de Imunização). “O Brasil não pode assistir o mundo começar a vacinação e por aqui ficarmos em um debate interminável e inconclusivo, o que nos coloca de braços cruzados. São Paulo não cruza os braços e vai ajudar todos os estados brasileiros que solicitarem”, disse.

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“Por que iniciar a vacinação em março, como foi mencionado pelo Ministério da Saúde, se podemos iniciar em janeiro de forma segura e eficiente? Precisamos ter humildade e reconhecer experiências bem-sucedidas no Brasil e no exterior e eliminar qualquer viés político para salvar a vida dos brasileiros”, acrescentou fazendo referência à fala de Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, em reunião nesta terça-feira (8).

Durante a reunião virtual com governadores, Doria trocou farpas com Pazuello sobre a CoronaVac  e o suposto desinteresse do governo federal no imunizante chinês.

No encontro, o governador de SP também perguntou ao ministro da Saúde se o governo federal estaria favorecendo as empresas ocidentais por alguma questão política e destacou o investimento federal na AstraZeneca e na Pfizer sendo que nenhuma das duas tem a aprovação da Anvisa – como a CoronaVac.

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Mais tarde, após a conversa com governadores de todo o país, o governo federal prometeu agilidade na aquisição de vacinas e uma nova possibilidade, que poderia agilizar vacinação, surgiu: ao usar a apelidada “Lei Covid” (n° 14.006/de 28 de maio de 2020) de base, seria possível usar da vacina no Brasil se o imunizante tiver o aval de uma agência sanitária no exterior, sem depender de uma aprovação  nacional.

Ainda, na quarta-feira (9), Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, afirmou que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil pode começar em dezembro ou no início do ano que vem, entre janeiro e fevereiro.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.