Disputa pelo controle do Congresso nos EUA está acirrada; republicanos devem ficar com a Câmara

No Senado, há probabilidade de ser mantido o equilíbrio de 50 a 50 com o Partido Democrata, o que é uma boa notícia para Joe Biden

Roberto de Lira

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A esperada “onda vermelha” nas eleições de meio de mandato (“midterms”) nos Estados Unidos não aconteceu e o Partido Republicano caminha para controlar apenas a Câmara, com o Senado ainda em tendência de equilíbrio de forças (50 a 50) com o Partido Democrata – o que ajuda o presidente Joe Biden em votações, uma vez que o voto de desempate cabe à sua vice, Kamala Harris.

Os americanos foram ontem às urnas para escolher os ocupantes de 35 das 100 cadeiras do Senado e todas as 435 vagas da Câmara, além de 36 dos 50 governadores e centenas de cargos nos legislativos estaduais.

Preocupações com o impacto da inflação alta na vida dos americanos de grandes centros urbanos e dos subúrbios, além do histórico de dificuldades nesse tipo de eleição para o partido do presidente do momento, faziam antever grandes dificuldades para os democratas. Mas a apuração mostrou vitórias apertadas dos “azuis” e um certo desgaste de políticos ligados aos ex-presidente Donald Trump.

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O primeiro sinal de que o Partido Democrata não se sairia tão mal veio com a reeleição de John Fetterman para o Senado da Pennsylvania. Ele bateu médico-celebridade republicano Mehmet Oz mesmo estando em recuperação de um derrame sofrido há poucos meses. Em Em New Hampshire, o republicano Don Bolduc também perdeu para a senadora Maggie Hassan, apesar de pesquisas apontarem o contrário.

Outro revés para os republicanos é que pautas de costumes mostraram uma prevalência pró-democrata. Em vários estados, houve votação pela manutenção do direito ao aborto, após a polêmica decisão da Suprema Corte em junho no caso Roe x Wade, que retirou a proteção federal para o procedimento. Até agora, Michigan, Vermont e California já decidiram impedir a proibição desse direito.

Também foram registradas derrotas estaduais de políticos que se aliaram a Donald Trump para negar a legitimidade das eleições de 2020. O ex-presidente, que antecipou um “grande anúncio” para o dia 15 de novembro – acredita-se que ele vai se lançar novamente à corrida pela Casa Branca – ganhou um adversário de peso dentro do seu partido, com a esmagadora vitória do governador Ron De Santis na Flórida por quase 20 pontos porcentuais de diferença.

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Para o controle do Senado, a apuração está apertada demais para uma projeção em estados considerados chave para a eleição, como Nevada, Georgia, Arizona e Wisconsin. No momento, as projeções apontam que os democratas têm 48 assentos na casa, o mesmo número que os republicanos.

(Com agências)