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(Bloomberg) – Os preços do cobre estão em alta e, para variar, o motivo não é o crescimento econômico.
O metal é chamado de Doutor Cobre porque seu desempenho é usado para avaliar a saúde da economia como um todo.
A cotação subiu 45% desde meados de março – apesar de o Fundo Monetário Internacional ter reduzido a previsão para a economia global e a retomada das infecções por Covid-19 ter forçado governos no mundo inteiro a impor novamente medidas de distanciamento social que prejudicam os negócios.
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A valorização é impulsionada principalmente por preocupações relativas a limitações no fornecimento pelas principais produtoras da América do Sul. Milhares de trabalhadores da indústria do cobre adoeceram no Chile, que é de longe o maior produtor mundial do metal, responsável por mais de um quarto da oferta mundial. As minas adiaram atividades não essenciais e reduziram a atuação dos trabalhadores na tentativa de mantê-los seguros, mas sem abrir mão de alguma produção.
Enquanto isso, a demanda na China está se recuperando após as fábricas pisarem no acelerador no segundo trimestre.
“Estamos vendo demanda bastante boa, e observamos cortes de produção”, disse Bill O’Neill, sócio da Logic Advisors em Upper Saddle River, Nova Jersey. “A demanda global por cobre vai crescer nos próximos 6 a 12 meses.”
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Oferta chilena
No Chile, sindicatos e políticos exigem restrições mais rígidas, o que pode prejudicar ainda mais o abastecimento. A BHP Group anunciou planos para reduzir a atividade em uma de suas minas, enquanto a Codelco suspendeu a fundição e reduziu o refino em uma mina e interrompeu o desenvolvimento em sua principal instalação.
Com a produção em risco, analistas alertam para a possibilidade de déficit no mercado este ano. Embora o governo chileno espere recuperação na oferta global em 2021, a demanda também deve se recuperar da pandemia junto com as economias.
Além da aceleração da demanda chinesa, outros sinais de uma recuperação nascente também podem sustentar preços mais altos para o metal.
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O monitor do crescimento do PIB global da Bloomberg Economics voltou em junho ao maior patamar desde o início de 2019, sugerindo uma recuperação após a suspensão das restrições impostas para conter a Covid-19.
Em Londres, a tonelada de cobre chegou a US$ 6.360 na quinta-feira, o maior valor desde maio de 2019, e depois recuou para US$6.300. As empresas de mineração capazes de manter a produção estão se beneficiando.
A Freeport McMoRan, maior produtora mundial de cobre com ações listadas em bolsa, informou na segunda-feira que vendeu no segundo trimestre 8% mais cobre do que o previsto no começo da pandemia.