Com PIB recuando 0,1%, Brasil fica em 26º lugar em ranking global de crescimento

Desenvolvimento econômico do país fica atrás de outras nações da América Latina como Chile, Colômbia e Peru

Vitor Azevedo

(Getty Images)
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (2) que o produto interno bruto (PIB) do Brasil recuou 0,1% no terceiro trimestre frente ao segundo. Com isso o Brasil entrou em recessão técnica, com sua economia regredindo por dois trimestres seguidos, e também caiu no ranking desenvolvido pela Austin Rating que mede o crescimento econômico de países, indo ao 26º lugar entre 33 nações.

No primeiro trimestre de 2021, o Brasil ocupava a 19ª posição entre 50 países. No segundo, ficou na 28º colocação em uma lista com 44 nomes – isso desconsiderando o novo cálculo que o IBGE fez para o intervalo entre abril e junho, que levou a uma queda de 0,4%, ante a de 0,1% anterior.

O desempenho brasileiro entre julho e setembro ficou atrás do de vários países da América Latina. A Colômbia, por exemplo, ficou em segundo lugar, crescendo 5,7%. Em terceiro lugar, o Chile viu sua economia avançar 4,9%. Já o Peru, em sexto, teve seu PIB saltando 3,6%.

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No topo do ranking, a Arábia Saudita viu sua economia crescer 5,8% na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo, muito impulsionada pelo preço do petróleo, que vem avançando nos últimos meses.

No Brasil, o recuo da economia se deu também, em parte, por conta de uma commodity.  O próprio IBGE apontou para o mau desempenho do setor agropecuário, destacando a queda da soja, que tende a ter sua colheita concentrada nos primeiros trimestres do ano.

“O PIB veio abaixo das nossas expectativas, que era nula, com retração de 0,1%, com destaque para o setor agropecuário, que caiu 8%”, diz Adauto Lima, economista-chefe da Westernet Asset.

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Além da soja, o fator climático pesou. “As geadas afetaram a produção de varias safras no terceiro trimestre, com queda de produtividade”, comentou Lima. Commodities como milho, cana de açúcar, algodão e café foram impactadas pelo clima ameno.

A queda do setor de agronegócio acabou também impactando as exportações, que recuaram 9,8%.

Demanda cresce, mas deve recuar

Na demanda, o economista-chefe da Westernet apontou que os números foram positivos. “O consumo das famílias veio forte. O do governo também. Dessa forma, vemos um crescimento da demanda doméstica acima do PIB, avançando 0,7%. Os estoques tiveram queda. A perda de dinâmica, então, foi explicada pela retração da oferta”. finalizou.

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Para o futuro, a perspectiva é que o consumo também desacelere, por conta da mudança das políticas monetárias e da pressão da inflação.

Para as projeções para o PIB, o terceiro trimestre representa um provável crescimento mais baixo no ano. “Com a derrapagem no terceiro trimestre, o PIB do Brasil pode apresentar crescimento mais próximo a 4,5% em 2021, abaixo dos 5% de alta previstos em nosso cenário atualmente”, afirmou Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.

Veja o ranking completo elaborado pela Austin Rating

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RANKING PAÍS 3ºtri21/ 3ºtri20 3ºtri21/ 2ºtri21 3ºtri21/ 3ºtri20 (*)
Arábia Saudita 6,8% 5,8% 25,3%
Colômbia 12,9% 5,7% 24,8%
Chile 17,2% 4,9% 21,1%
Noruega 5,1% 3,8% 16,1%
Filipinas 7,1% 3,8% 16,1%
Peru 11,4% 3,6% 15,0%
França 3,3% 3,0% 12,6%
Turquia 7,4% 2,7% 11,2%
Itália 3,9% 2,6% 10,8%
10º Estados Unidos 4,9% 2,1% 8,7%
11º Espanha 2,7% 2,0% 8,2%
12º Holanda 5,0% 2,0% 8,2%
13º Alemanha 2,5% 1,8% 7,4%
14º Bélgica 4,7% 1,8% 7,4%
15º Suécia 3,7% 1,8% 7,4%
16º Suíça 4,1% 1,7% 7,0%
17º Indonésia 3,5% 1,6% 6,3%
18º Canadá 4,0% 1,3% 5,3%
19º Cingapura 7,1% 1,3% 5,3%
20º Reino Unido 6,6% 1,3% 5,3%
21º China 4,9% 0,8% 3,2%
22º Israel 5,9% 0,6% 2,4%
23º Taiwan 3,8% 0,6% 2,3%
24º Coreia do Sul 4,0% 0,3% 1,2%
25º Hong Kong 5,4% 0,1% 0,5%
26º Brasil 4,0% -0,1% -0,4%
27º México 4,6% -0,2% -0,8%
28º Japão 1,4% -0,8% -3,2%
29º Tailândia -0,3% -1,1% -4,3%
30º Austrália 3,9% -1,9% -7,4%
31º Malásia -4,5% -3,6% -13,6%
32º Índia 8,4% n.d. n.d.
33º Rússia 4,3% n.d. n.d.

Fonte: Austin Rating, IBGE, Bancos Centrais, Eurostat, OCDE, FMI, Banco Mundial e The Economist; (*) Taxa dessazonalizada e anualizada; Dados atualizados até 02/dez/2021.

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