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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (2) que o produto interno bruto (PIB) do Brasil recuou 0,1% no terceiro trimestre frente ao segundo. Com isso o Brasil entrou em recessão técnica, com sua economia regredindo por dois trimestres seguidos, e também caiu no ranking desenvolvido pela Austin Rating que mede o crescimento econômico de países, indo ao 26º lugar entre 33 nações.
No primeiro trimestre de 2021, o Brasil ocupava a 19ª posição entre 50 países. No segundo, ficou na 28º colocação em uma lista com 44 nomes – isso desconsiderando o novo cálculo que o IBGE fez para o intervalo entre abril e junho, que levou a uma queda de 0,4%, ante a de 0,1% anterior.
O desempenho brasileiro entre julho e setembro ficou atrás do de vários países da América Latina. A Colômbia, por exemplo, ficou em segundo lugar, crescendo 5,7%. Em terceiro lugar, o Chile viu sua economia avançar 4,9%. Já o Peru, em sexto, teve seu PIB saltando 3,6%.
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No topo do ranking, a Arábia Saudita viu sua economia crescer 5,8% na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo, muito impulsionada pelo preço do petróleo, que vem avançando nos últimos meses.
No Brasil, o recuo da economia se deu também, em parte, por conta de uma commodity. O próprio IBGE apontou para o mau desempenho do setor agropecuário, destacando a queda da soja, que tende a ter sua colheita concentrada nos primeiros trimestres do ano.
“O PIB veio abaixo das nossas expectativas, que era nula, com retração de 0,1%, com destaque para o setor agropecuário, que caiu 8%”, diz Adauto Lima, economista-chefe da Westernet Asset.
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Além da soja, o fator climático pesou. “As geadas afetaram a produção de varias safras no terceiro trimestre, com queda de produtividade”, comentou Lima. Commodities como milho, cana de açúcar, algodão e café foram impactadas pelo clima ameno.
A queda do setor de agronegócio acabou também impactando as exportações, que recuaram 9,8%.
Demanda cresce, mas deve recuar
Na demanda, o economista-chefe da Westernet apontou que os números foram positivos. “O consumo das famílias veio forte. O do governo também. Dessa forma, vemos um crescimento da demanda doméstica acima do PIB, avançando 0,7%. Os estoques tiveram queda. A perda de dinâmica, então, foi explicada pela retração da oferta”. finalizou.
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Para o futuro, a perspectiva é que o consumo também desacelere, por conta da mudança das políticas monetárias e da pressão da inflação.
Para as projeções para o PIB, o terceiro trimestre representa um provável crescimento mais baixo no ano. “Com a derrapagem no terceiro trimestre, o PIB do Brasil pode apresentar crescimento mais próximo a 4,5% em 2021, abaixo dos 5% de alta previstos em nosso cenário atualmente”, afirmou Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.
Veja o ranking completo elaborado pela Austin Rating
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RANKING | PAÍS | 3ºtri21/ 3ºtri20 | 3ºtri21/ 2ºtri21 | 3ºtri21/ 3ºtri20 (*) |
1º | Arábia Saudita | 6,8% | 5,8% | 25,3% |
2º | Colômbia | 12,9% | 5,7% | 24,8% |
3º | Chile | 17,2% | 4,9% | 21,1% |
4º | Noruega | 5,1% | 3,8% | 16,1% |
5º | Filipinas | 7,1% | 3,8% | 16,1% |
6º | Peru | 11,4% | 3,6% | 15,0% |
7º | França | 3,3% | 3,0% | 12,6% |
8º | Turquia | 7,4% | 2,7% | 11,2% |
9º | Itália | 3,9% | 2,6% | 10,8% |
10º | Estados Unidos | 4,9% | 2,1% | 8,7% |
11º | Espanha | 2,7% | 2,0% | 8,2% |
12º | Holanda | 5,0% | 2,0% | 8,2% |
13º | Alemanha | 2,5% | 1,8% | 7,4% |
14º | Bélgica | 4,7% | 1,8% | 7,4% |
15º | Suécia | 3,7% | 1,8% | 7,4% |
16º | Suíça | 4,1% | 1,7% | 7,0% |
17º | Indonésia | 3,5% | 1,6% | 6,3% |
18º | Canadá | 4,0% | 1,3% | 5,3% |
19º | Cingapura | 7,1% | 1,3% | 5,3% |
20º | Reino Unido | 6,6% | 1,3% | 5,3% |
21º | China | 4,9% | 0,8% | 3,2% |
22º | Israel | 5,9% | 0,6% | 2,4% |
23º | Taiwan | 3,8% | 0,6% | 2,3% |
24º | Coreia do Sul | 4,0% | 0,3% | 1,2% |
25º | Hong Kong | 5,4% | 0,1% | 0,5% |
26º | Brasil | 4,0% | -0,1% | -0,4% |
27º | México | 4,6% | -0,2% | -0,8% |
28º | Japão | 1,4% | -0,8% | -3,2% |
29º | Tailândia | -0,3% | -1,1% | -4,3% |
30º | Austrália | 3,9% | -1,9% | -7,4% |
31º | Malásia | -4,5% | -3,6% | -13,6% |
32º | Índia | 8,4% | n.d. | n.d. |
33º | Rússia | 4,3% | n.d. | n.d. |
Fonte: Austin Rating, IBGE, Bancos Centrais, Eurostat, OCDE, FMI, Banco Mundial e The Economist; (*) Taxa dessazonalizada e anualizada; Dados atualizados até 02/dez/2021.
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