BC diz que tem chance pequena de cumprir meta de inflação este ano

Autoridade monetária informou que a estimativa para a inflação foi revisada para 5,8%, após recuios nos preços dos combustíveis e energia elétrica

Estadão Conteúdo

Edifício-Sede do Banco Central,  em Brasília (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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O Banco Central informou nesta quinta-feira (29), por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que, em seu cenário de referência, há 7% de chance de a inflação ficar na meta este ano. Antes, o BC já havia descartado a possibilidade de cumprir o teto de 5% da inflação neste ano, mas agora revisou seu cenário.

A instituição informou que a estimativa para a inflação foi revisada de 8,8% para 5,8%, depois de uma série de medidas do governo Jair Bolsonaro (PL) para abaixar os preços dos combustíveis e energia elétrica às vésperas da eleição.

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%.

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Segundo o BC, a probabilidade de a inflação de 2023 ficar acima do teto da meta, de 4,75%, está em 46%, conforme o RTI. O cálculo tem como base a Selic variando conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC).

Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2023, de 1,75%, é de 2%. O centro da meta é de 3,25%.

Em 2024, a probabilidade de estouro do teto de 4,50% da meta é de 11%, enquanto a possibilidade de estouro do piso de 1,50% da meta é um pouco maior, de 17%. O alvo central é de 3,00%.

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O horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) atualmente considera os anos-calendário de 2023 e, em menor grau, de 2024. Mas, devido aos efeitos das desonerações tributárias sobre os combustíveis e as dúvidas quanto à duração dessa política, o BC preferiu dar ênfase ao horizonte de 12 meses terminados no primeiro trimestre de 2024.

O BC ainda fez os cálculos para um horizonte mais longo, de 2025. Nesse caso, a probabilidade de estouro do teto da meta, de 4,50%, é de 11% e, do piso, de 1,50%, é de 17%. O centro da meta é de 3,00%.