Banco da Rússia eleva taxa de juros para 8,50% ao ano por pressões de alta na inflação

Entre os riscos, BC russo citou tensões geopolíticas e restrições do país, que têm afetado os termos do comércio exterior e a taxa de câmbio

Roberto de Lira

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O Banco da Rússia decidiu nesta sexta-feira (21) elevar em 100 pontos-base sua taxa de juros, para 8,50% ao ano. A autoridade monetária citou como motivos para sua decisão as atuais taxas de crescimento dos preços internos, incluindo uma variedade de indicadores subjacentes, que ultrapassaram 4% em termos anualizados e ainda estão em tendência alta.

“O aumento da demanda interna supera a capacidade de expansão da produção, inclusive devido à limitada disponibilidade de recursos trabalhistas. Isso reforça a pressão inflacionária persistente na economia. As expectativas de inflação aumentaram”, comentou o Banco Central russo em seu comunicado.

Também foi citado que a demanda doméstica e a depreciação do rublo desde o início de 2023 ampliam significativamente os riscos inflacionários.

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O Banco da Rússia informou que levará em consideração a dinâmica da inflação real e da esperada em relação à meta e aos processos de transformação econômica, bem como os riscos apresentados pelas condições domésticas e externas e a reação dos mercados financeiros.

O BC local manteve em aberto a perspectiva de um novo aumento das taxas de referência nas suas próximas reuniões para estabilizar a inflação perto de 4% em 2024. De acordo com a previsão do Banco da Rússia, a inflação anual ficará entre 5,0% e 6,5% em 2023.

A previsão para a taxa de crescimento do PIB é 1,5% a 2,5% em 2023, de 0,5% a 2,5% em 2024, de 1,0% a 2,0% em 2025 e de 1,5% a 2,5% em 2026.

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Entre os riscos de alta para a inflação, o Banco da Rússia citou as tensões geopolíticas, que afetam os termos do comércio exterior. “Como resultado, o aumento das restrições financeiras e de comércio exterior pode enfraquecer ainda mais a demanda por exportações russas, contribuindo para a inflação por meio dos movimentos da taxa de câmbio”, informou.

“Além disso, a crescente complexidade da produção, cadeias de abastecimento e pagamentos devido a restrições externas podem levar a preços de importação mais altos. Grandes efeitos pró-inflacionários de curto prazo também podem deteriorar o futuro crescimento econômico global.”