Balanço de transações correntes fecha março com superávit de US$ 286 milhões

Investimentos diretos no país registraram ingressos líquidos de US$ 7,7 bilhões em março de 2023, ante US$ 6,9 bilhões em março de 2022

Roberto de Lira

(Shutterstock)
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As transações correntes do balanço de pagamentos do Brasil tiveram superávit de US$ 286 milhões em março de 2023, ante um déficit de US$ 3,0 bilhões em março de 2022, conforme dados divulgados nesta terça-feira (25) pelo Banco Central.

Nessa comparação interanual, o saldo comercial aumentou US$ 3,4 bilhões, enquanto foi registrada redução do déficit em serviços de US$ 469 milhões e o déficit em renda primária cresceu US$ 386 milhões.

O déficit em transações correntes nos últimos doze meses somou US$ 52,3 bilhões, o equivalente de 2,66% do PIB, ante US$ 55,6 bilhões no mês anterior (2,84% do PIB) e US$ 41,3 bilhões (2,43% do PIB) em março de 2022.

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A balança comercial de bens registrou em março de 2023 o maior superávit da série histórica, de US$ 9,5 bilhões, ante saldo positivo de US$ 6,1 bilhões em março de 2022. As exportações de bens também foram recordes, de US$ 33,3 bilhões, um aumento de 12,1% em comparação a março de 2022. As importações registraram aumento interanual de 0,9%, totalizando US$ 23,8 bilhões.

O déficit na conta de serviços totalizou US$ 2,9 bilhões em março de 2023, caindo 14,1% em relação a março de 2022. A conta de transportes teve despesas líquidas de US$ 1,1 bilhão, com recuo de 24,4% em relação a março do ano passado, influenciada pelos menores gastos com fretes.

As despesas líquidas em viagens internacionais recuaram 15,8% e somaram US$ 546 milhões, com aumentos de 25,9% (para US$ 570 milhões) nas receitas e de 1,4% nas despesas (para US$ 1,1 bilhão).

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O déficit em renda primária somou US$ 6,4 bilhões em março, com aumento de 6,4% comparativamente ao déficit de US$ 6,0 bilhões em março de 2022.

As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 4,0 bilhões, ante US$ 5,0 bilhões em março de 2022. As despesas líquidas com juros somaram US$ 2,4 bilhões em março de 2023, US$ 1,4 bilhão superior ao resultado de março de 2022, influenciadas por maiores despesas brutas em operações intercompanhia e em outros investimentos.

Os investimentos diretos no país (IDP) registraram ingressos líquidos de US$ 7,7 bilhões em março de 2023, ante US$6,9 bilhões em março de 2022. Houve ingressos líquidos de US$ 6,4 bilhões em participação no capital e de US$ 1,2 bilhão em operações intercompanhia.

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O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 89,7 bilhões (4,57% do PIB) em março de 2023, ante US$ 88,9 bilhões (4,54% do PIB) no mês anterior e US$ 47,7 bilhões (2,80% do PIB) em março de 2022.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram saídas líquidas de US$ 2,0 bilhões em março de 2023, resultado de saídas líquidas de US$ 3,7 bilhões em ações e fundos de investimento e ingressos líquidos de US$ 1,7 bilhão em títulos de dívida.

Nos doze meses encerrados em março de 2023, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 7,1 bilhões.