Unicórnio das criptomoedas: Mercado Bitcoin capta R$ 1 bilhão com SoftBank

Esse foi o maior investimento do fundo do conglomerado japonês de telecomunicações em uma empresa cripto da América Latina

Mariana Fonseca

Os cofundadores do Mercado Bitcoin
Os cofundadores do Mercado Bitcoin

Publicidade

SÃO PAULO – O Grupo 2TM, holding dona da plataforma de ativos digitais Mercado Bitcoin, anunciou ter recebido um aporte de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) do SoftBank Latin America Fund.

O fundo de US$ 5 bilhões foi criado pelo conglomerado de telecomunicações japonês para investir em startups da América Latina. Esse aporte é a maior rodada série B e o maior investimento do SoftBank em uma empresa cripto da região, segundo comunicado da Mercado Bitcoin sobre a rodada.

A fintech foi avaliada em R$ 10,4 bilhões (US$ 2,1 bilhões) nesta rodada. O Mercado Bitcoin se tornou então “o 8º unicórnio mais valioso da América Latina”, escreve a empresa, com base em dados da plataforma Crunchbase. Unicórnios são startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais. Alguns outros da região são 99, Gympass, Loft, Quinto Andar e Rappi.

Continua depois da publicidade

O Mercado Bitcoin foi fundado em 2013. Desde então, cresce acompanhando o interesse por moedas digitais. A fintech tem 2,8 milhões de clientes, ou 70% do número de investidores individuais na B3, a Bolsa de Valores brasileira.

Apenas entre janeiro e maio deste ano, foram 700 mil novos clientes. Nos mesmos meses, a plataforma alcançou R$ 25 bilhões em volume transacionado – mais do que todo o valor registrado nos sete primeiros anos do negócio.

Mercado Bitcoin (Divulgação)
Mercado Bitcoin (Divulgação)

“Nós desenvolvemos uma infraestrutura de mercado absolutamente escalável e nos tornamos a empresa mais relevante do setor. Essa posição privilegiada nos permitiu capturar e aproveitar o interesse em cripto que estamos vendo no Brasil e na América Latina. E é esse interesse que permitiu a expansão de nossa presença de mercado ao longo do último ano, criando uma avenida relevante de crescimento para o futuro”, afirmou no mesmo comunicado Gustavo Chamati, cofundador do Mercado Bitcoin e membro do Conselho do Grupo 2TM.

Continua depois da publicidade

“Milhões de pessoas em todo o mundo perceberam que ativos digitais e criptomoedas são tecnologias inovadoras e eficientes reservas de valor. O Brasil não é uma exceção”, completou Roberto Dagnoni, CEO do Grupo 2TM.

A fintech vai usar os novos recursos em “infraestrutura para atender a crescente demanda por criptoativos na região”. O Mercado Bitcoin pretende ir de 500 para 700 funcionários até o final deste ano.

“Nós ficamos impressionados pela compreensão que o Grupo 2TM tem do ecossistema brasileiro e da contribuição para a discussão em curso, sobre o ambiente regulatório no Brasil. Esses elementos colocaram a empresa não só como líder no país, mas como um player fundamental para atender essa revolução do blockchain em toda a América Latina”, disse no mesmo comunicado Marcelo Claure, CEO do SoftBank Group International.

Continua depois da publicidade

Bitcoin sobe mais de 16% no 1º semestre

Para quem começou a acompanhar o Bitcoin e o mercado de criptoativos nas últimas semanas, pode parecer que o momento é negativo. A maior moeda digital do mundo está cotada a menos de US$ 35 mil, cerca de 50% abaixo da sua máxima histórica. Mesmo assim, ela encerrou o primeiro semestre com ganhos de 16,87%, como mostramos em reportagem anterior no InfoMoney.

Essas variações mostram que, até agora em 2021, o cenário do Bitcoin pode ser dividido em duas partes: um forte rali até o fim de abril e depois dois meses de acentuada correção de preços.

O que sustentou tanto otimismo foi a entrada de grandes empresas e gestores no mercado cripto, um movimento que ocorre desde outubro do ano passado, quando o Bitcoin ainda estava em US$ 11 mil (alta de 200% até agora).

Continua depois da publicidade

Mas tão logo a euforia das máximas empolgava os investidores, a correção chegou, e não só de uma forma natural pelo forte rali, mas combinado com uma sequência bastante negativa de notícias: o anúncio de que a Tesla iria suspender a compra de seus veículos usando bitcoins e o anúncio de que a China colocou restrições a transações que envolvam moedas digitais.

Desde essa queda, o Bitcoin passou a operar a maior parte do tempo entre US$ 30 mil e US$ 35 mil, com poucos momentos fora desse patamar. Os especialistas consultados pelo InfoMoney anteriormente apontam uma perspectiva positiva para o segundo semestre de 2021. E mesmo conseguindo encerrar o semestre em alta, o Bitcoin ainda ficou bem atrás de outros criptoativos na questão valorização. Das 100 maiores moedas digitais em valor de mercado, apenas oito encerraram o semestre no negativo (incluindo stablecoins, que têm pouca oscilação).

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.