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Na Finlândia, jogos hóquei e shows em realidade aumentada num estádio para 15 mil pessoas com cobertura completa de sinal 5G e câmeras 360 graus espalhadas pelo espaço.
“Quando eu visitei o espaço para assistir a um show, custava 150 euros, e para ver a transmissão de casa dentro do metaverso era 60 euros. A monetização do 5G para o consumidor tem alguns caminhos e estamos descobrindo as possibilidades”, afirmou Wilson Cardoso, CTO da Nokia para América Latina, em painel do Futurecom 2023, evento de telecom, realizado recentemente em São Paulo.
Nos EUA, uma vertente do 5G que vem ganhando força é o FWA (Fixed Wireless Access, ou “acesso fixo de wireless), uma espécie de roteador que funciona diretamente com 5G e wi-fi. A operadora T-Mobile anunciou que já possui 3,6 milhões de dispositivos FWA conectados por lá.
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Na prática, o FWA substitui a fibra ou o cabo em algumas áreas com forte cobertura de 5G. A Índia quer alcançar 15% de todo tráfego de internet com o FWA até o final deste ano, segundo Cardoso.
No Brasil, a Claro foi a primeira a oferecer o aparelho em regiões específicas e pode ser adquirido a partir de R$ 199 por mês, além da aquisição do aparelho. A Vivo já oferece a opção; Tim e Brisanet planejam oferecer a banda larga fixa por wi-fi.
Além dos exemplos acima, o serviço mais comum relacionado ao 5G é a disponibilidade como sinal no celular para que o consumidor utilize a nova frequência.
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Por que o foco do 5G está nas empresas?
Apesar das iniciativas, é consenso no mercado que as oportunidades de negócios 5G no B2B (para empresas) são mais rentáveis. “O 5G tem algumas grandes vantagens: flexibilidade de faixa [conectar vários dispositivos ao mesmo tempo] e baixa latência [tempo de resposta]. Essas características são de muito uso na indústria, portanto, mais fácil de vender e de comercializar porque tem demanda”, explica Ari Lopes, analista de mercado da Omdia, consultoria especializada em telecom.
Na indústria, empresas como a Vale, por exemplo, já têm máquinas autônomas em suas minas dando respostas em tempo real sobre o trabalho. Na área da saúde, cirurgias à distância, ganharão outro patamar.
“Do ponto de vista do consumidor, a baixa latência ajuda nos jogos, por exemplo. Mas é mais importante ainda hoje a velocidade, então, o serviço de sinal 5G no celular atende. Quem realmente vai pagar a mais para ter o benefício do 5G é a empresa, por enquanto”, avalia Lopes.
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Em entrevista ao InfoMoney, Cesar Augusto dos Santos, CIO da Claro Brasil, explica que, além das obrigações que as operadoras têm diante da Anatel, por causa do leilão do 5G, a oferta de produtos passa por outros desafios.
No caso do FWA, por exemplo, que o executivo avalia ter potencial, há uma barreira de entrada que é o custo, além da cobertura, já que o 5G está começando no Brasil.
“A maturidade do mercado [de FWA] passa pelo preço. É uma infraestrutura cara. Quanto mais você gasta, mais isso chega até o consumidor. O desafio é ter mais agentes entrando no mercado e aumentar a demanda para baixar o preço”, explica.
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“Hoje a Claro tem cobertura no Brasil inteiro para colocar FWA em qualquer lugar? Não. A gente precisa fazer investimento em infraestrutura sobretudo no 5G para conseguir ter cobertura nacional. Você precisa olhar locais estratégicos para ver onde entra com FWA e onde entra com banda larga fibra”, avalia Santos.
Thiago Silveira, sócio associado da consultoria McKinsey, acrescenta que o investimento de infraestrutura de 5G por parte das operadoras “precisa ser elevado”. “A estrutura de fibra é muito boa no Brasil, mas tem algumas fragilidades, como não atingir todas as áreas. Quando a oferta de produto ampliar, por exemplo, para carros autônomos, a qualidade do serviço e sinal 5G precisará ser ‘inquebrável’ e muito eficiente”, avalia.
No mundo, ele diz que a expectativa é que haja cerca de US$ 600 bilhões de investimentos em 5G até 2025. “As empresas vão ter que pensar em novas formas de monetizar e atender as necessidades dos clientes”, avalia o consultor.
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