Rebaixamento do País pode piorar a retração do mercado imobiliário

Executivo do Secovi disse que a perda do grau de investimento aumenta as incertezas nos empresários e eleva os custos de captação de recursos, podendo inibir os investimentos

Estadão Conteúdo

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O rebaixamento no rating soberano do Brasil pela agência de classificação de riscos Standard & Poor’s é mais um fator de retração no mercado imobiliário e de construção civil, afirmou o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes. O executivo disse que a perda do grau de investimento aumenta as incertezas nos empresários e eleva os custos de captação de recursos, podendo inibir os investimentos.

“Já estava difícil e, agora, as empresas terão cautela dobrada. Para os compradores, é semelhantemente negativo. Todo mundo lê como uma má notícia”, afirmou o executivo. Para novos projetos, como lançamentos imobiliários, o rebaixamento é mais uma fator para a retração, o que inclui também as dificuldades macroeconômicas.

O executivo não acredita, entretanto, em um grande impacto no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), por ser uma área prioritária como educação e saúde. “Tem outras áreas que podem ser cortadas. É preciso que a retirada do grau de investimento aumente as discussões sobre o tamanho do Estado e a ineficiência da elevação de impostos”, afirmou.

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Minha Casa Minha Vida

O governo deve se encontrar nesta quinta-feira, 10, com representantes do setor para apresentar suas propostas sobre a nova etapa do programa. No entanto, o evento não tem sido considerado como um lançamento oficial e há dúvidas sobre o conteúdo a ser divulgado. Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, o encontro deve trazer atualizações sobre a situação das obras já contratadas e os seus pagamentos às empresas participantes do programa.

Além disso, hoje deve ser iniciado o processo de discussão de algumas diretrizes, como limites de preços, nas faixas 2 e 3, que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS). Por outro lado, há pouca expectativa de novidades na faixa 1, que obtém subsídio de fundos do Tesouro.

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“Subsidiamos tecnicamente o governo nos últimos meses, mas sempre fica a dúvida sobre o que será contemplado pela proposta do governo”, afirmou Petrucci. O Secovi-SP defende que o limite de preço de imóveis na cidade de São Paulo seja elevado de R$ 190 mil para R$ 235 mil.

“Isso não é valorização imobiliária, mas apenas a reposição de valor sobre a inflação”, acrescentou. O evento tem sido chamado de uma reunião por representantes do setor e Petrucci lembrou que, no lançamento das fases anteriores, houve grandes cerimônias com diversos convidados, o que não é o caso desta quinta-feira.

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