Queda na importação de gás da Bolívia faz consumidor economizar US$ 330 mi

Alto nível em reservatórios de hidrelétricas impulsiona governo a desligar termelétricas, que usam combustível boliviano

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O governo brasileiro decidiu diminuir o volume de gás boliviano importado para uso na geração de energia elétrica de 30 milhões de metros cúbicos diários para 24 milhões de metros cúbicos diários, o que trará uma economia de cerca de US$ 330 milhões para o bolso do brasileiro.

A redução na importação foi impulsionada pelo desligamento de usinas termelétricas movidas a gás natural. Com os reservatórios das usinas hidrelétricas cheios, caiu a necessidade de usar a energia termelétrica, que pesa mais no bolso do consumidor. Além disso, a crise também impulsionou a medida.

“O governo não disse, mas a gente sabe que a crise já está provocando a diminuição do consumo de energia na indústria e que o consumo em 2009 não será tão grande quanto em 2008”, afirmou o consultor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires.

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Lado político

Num primeiro momento, o governo havia anunciado a redução de 30 milhões de metros cúbicos diários para 19 milhões de metros cúbicos diários, o que traria uma economia de US$ 600 milhões até abril para o bolso do consumidor. Depois de reunião realizada com a Bolívia, o volume foi modificado.

“A Bolívia veio ao Brasil para reclamar, porque ela está perdendo receita. Além de diminuição do volume, o preço do gás vai cair, porque ele é reajustado no contrato de acordo também com o preço do petróleo”, explicou Pires.

De acordo com o consultor, o que está claro é que o governo boliviano pressionou e o brasileiro cedeu, “às custas dos consumidores”.

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Energia

Na sexta-feira (9), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu pelo desligamento das termelétricas movidas a gás natural, com exceção das usinas Norte Fluminense I e II. A medida foi possível considerando os elevados níveis de armazenamento atuais dos reservatórios e o aumento dos níveis de chuva nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste, em dezembro.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, a boa notícia significa que o Brasil tem “segurança no abastecimento”.

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