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SÃO PAULO – O processo de recuperação judicial da Avianca iniciado em dezembro de 2018 reduziu de forma brusca a oferta de voos no mercado aéreo brasileiro.
Em menos de seis meses, a companhia cancelou mais de 1.000 viagens, e passou a operar com apenas 6 aeronaves em 4 aeroportos (antes eram 57). Além disso, a empresa passou a fazer em média 38 voos diários – há um ano eram de 280.
Com essa redução, os bilhetes nas rotas em que a Avianca opera ou operava já tiveram aumento de até 140% no valor, considerando as passagens de todas as companhias que também atuam nos trechos, segundo levantamentos realizados pelas plataformas de comparação de preços Voopter e Viajanet a pedido do InfoMoney.
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Viajar do Aeroporto de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para o Aeroporto Internacional de Salvador, por exemplo, custava em média R$ 574,14 em abril de 2018. Já em abril de 2019, o valor médio nessa rota subiu para R$ 1.377,32 – aumentando 139,89%.
O preço de uma viagem entre o Aeroporto Rio Galeão (Rio de Janeiro) e o Aeroporto Internacional de Brasília também disparou, registrando aumento de 114,11% em abril deste ano (R$733,45), comparado com o ano anterior (R$342,56).
O mesmo aconteceu para voos que partem de São Paulo. Se em abril de 2018 viajar do Aeroporto Internacional de Guarulhos ao Aeroporto Internacional de Brasília custava R$294,21, em abril de 2019 custa R$474,48 – aumento de 61,27%.
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A Avianca tem evitado cancelar voos na ponte aérea São Paulo – Rio de Janeiro, rota mais importante do Brasil. Apesar disso, o valor dos preços também cresceu. Em abril de 2018, o preço médio da viagem na rota era de R$556. No mesmo mês, neste ano, o valor médio é de R$731 (aumento de 31,47%).
Para voos internacionais, tendência semelhante foi registrada, mas as variações de preço são bem mais suaves e não acontecem em todas as rotas.
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Pettersom Paiva, CEO e cofundador da Voopter, explica que em rotas muito comerciais e com muita demanda, a saída da Avianca não teve impacto. É o caso de uma viagem do Rio de Janeiro para Orlando em abril de 2019, por exemplo. Hoje a passagem custa em média R$ 3.017,00, isto é, 35,86% a menos do que em abril de 2018, quando custava R$ 4.704,00.
O aumento mais significativo entre os voos internacionais aconteceu em fevereiro, no trecho Guarulhos – Orlando. Os bilhetes deixaram de custar R$ 2.399,00 (como era em 2018), e passaram a ser vendidos por R$ 3.150,00, ou 31,30% a mais.
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Em contrapartida, o preço médio total das passagens, incluindo todas as rotas nacionais e internacionais do país, diminui cerca de 79% em abril de 2019, se comparado com abril de 2018, segundo o levantamento da Voopter.
Para Paiva, essa redução nos preços é justificada por dois fatores. O primeiro, e mais importante, é a permissão para aéreas cobrarem pelo despacho de bagagens separadamente – decisão que, vale lembrar, foi revertida no último dia 25.
“Observamos pelas pesquisas que as pessoas em nosso app que, após essa separação no preço das bagagens, o valor das passagens diminuiu muito.” O segundo fator que justifica essa diminuição é o próprio calendário do ano de 2019.
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Segundo Paiva, “2019 é um ano peculiar porque os feriados de Carnaval e Páscoa aconteceram ambos muito tarde”. Isso fez com que a demanda por passagens mudasse de época, ou seja, não acontecessem no mês em que costumam acontecer e, consequentemente, o preço dos bilhetes acompanhou esse movimento. Isso justificaria a redução de 79% apresentada em abril.
No entanto, quedas menos significativas nos preços já eram observadas em março (-41%), fevereiro (-28%) e janeiro (-18%).
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