Matriz elétrica brasileira fica mais cara

Há aumento do uso de térmicas para a produção de energia elétrica, que é mais cara e produz gases do efeito estufa, revela assessor da Abrace

Flávia Furlan Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – A matriz de energia elétrica brasileira está ficando mais cara, o que tende a prejudicar o consumidor. Isso porque, ao longo dos últimos anos, há uma tendência de aumento da geração a partir de térmicas e de combustíveis fósseis.

“Essa questão é bastante preocupante porque, via de regra, essas fontes têm custo muito mais elevado do que o das hidrelétricas, que é a fonte de menor custo para produção de energia em larga escala no País”, disse o assessor de Energia Elétrica da Abrace – associação de consumidores industriais e livres de energia -, Fernando Umbria.

Dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) mostram que o uso da energia hidráulica caiu de 89,4% para 76,7% entre 1973 e 2009 no Brasil. O gás natural, por outro lado, apresentou um aumento de zero para 2,6% em representatividade na matriz de energia elétrica no período. O carvão mineral passou de 1,7% para 1,3%.

Continua depois da publicidade

“Essa mudança é uma das principais responsáveis pelo custo da energia elétrica no Brasil estar hoje entre os mais altos do mundo”, ressaltou Umbria. Além disso, ele ressaltou que o uso maior de térmicas na matriz elétrica é uma mudança negativa para o meio ambiente, já que elas emitem mais poluentes, inclusive gases causadores de efeito estufa.

Matriz geral
Quando analisada a matriz energética geral do Brasil, o gás natural, que também é tido como um combustível caro, passou de uma participação irrisória de 0,4% em 1973 para 8,7% no ano passado.

“Vale destacar o aumento do uso do gás natural como combustível para a indústria, em substituição do óleo combustível. Esse movimento é muito importante, já que a queima de gás é menos poluente do que a de óleo”, ressaltou Umbria.

Continua depois da publicidade

“Apesar disso, a indústria enfrenta muitas dificuldades para manter essa expansão do uso do gás. As principais se referem ao custo elevado do insumo – em alguns casos, chega a ser duas vezes maior ao registrado nos Estados Unidos, por exemplo – e a falta de transparência na formação de seus preços”, completou o assessor da Abrace.

No ano passado, a matriz energética brasileira era formada por 37,8% de petróleo, 18,1% de cana-de-açúcar, 15,3% de hidráulica, 13,9% de biomassa (lenha, carvão vegetal e outras renováveis), 8,7% de gás natural, 4,8% de carvão mineral e 1,4% de urânio, sendo que outras fontes eram responsáveis por 3,8% do total.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.