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(Bloomberg) — A problemática Japan Display, que fornece telas para dispositivos móveis da Apple, tem cerca de um ano para decidir se deve abraçar a mais moderna tecnologia de diodos orgânicos emissores de luz (OLED, na sigla em inglês). Os painéis OLED são mais finos, consomem energia de modo mais eficiente e oferecem maior contraste.
Já os monitores de cristal líquido (LCD) da JDI sustentam uma vantagem de preço que mantém esses componentes competitivos em smartphones até 2021, segundo o novo presidente da empresa, Minoru Kikuoka. Ele disse que uma decisão mais assertiva em relação à nova tecnologia pode ocorrer nesse período, mas não quis discutir planos para clientes específicos.
O lançamento do primeiro iPhone OLED, em 2017, foi visto como o começo do fim do longo reinado do LCD. Boa parte da receita da Japan Display depende da Apple e a empresa estava ficando em desvantagem no desenvolvimento de novas telas.
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No entanto, as vendas do iPhone X, equipado com tela OLED da Samsung Electronics, não foram tão bem quanto se esperava. Um ano depois, a Apple colocou no mercado uma versão LCD com o iPhone XR, dando alguma folga à fornecedora japonesa.
O mercado de smartphones está se estabilizando e as telas mais sofisticadas não atraíram usuários, que já se mostram satisfeitos com seus aparelhos. Assim, a relação custo-benefício voltou a ter importância para os consumidores que estudam comprar um novo dispositivo, de acordo com o executivo.
“Estamos vendo os consumidores colocarem mais ênfase em preço acessível quando se trata de preferências por smartphones”, disse Kikuoka. “O setor agora tem um olhar diferenciado para o tipo de preço competitivo oferecido por LCDs.”
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A linha 2019 da Apple inclui um modelo de LCD, o iPhone 11, com preço inicial US$ 50 menor que seu antecessor.
A empresa planeja adicionar um segundo aparelho do tipo no primeiro semestre do ano que vem para substituir o iPhone 8.
Porém, a gigante sediada em Cupertino, na Califórnia, ainda pode migrar todos os novos celulares para OLED já em 2020. Mesmo se ainda vender modelos antigos de LCD, a Japan Display está ficando sem tempo.
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Após adiar repetidamente a produção em massa de telas OLED, a JDI está perto de lançar seu primeiro produto do tipo, segundo Kikuoka, que se limitou a revelar que não será uma tela para smartphone.
Uma pessoa a par do assunto confirmou que a primeira tela OLED da JDI será usada no Apple Watch. Mas concorrer no segmento de telefones móveis consumiria bilhões de dólares em investimentos e a Japan Display não tem esse dinheiro.
“Houve uma época em que sentimos a necessidade de apressar uma migração para OLED”, disse Kikuoka. “Sem um parceiro contribuindo com capital, simplesmente não podemos fazer isso. “
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A JDI foi formada em 2012 a partir dos restos de diversas fabricantes problemáticas de telas. A empresa errou o momento de fazer grandes investimentos em capacidade de produção de LCD e se viu em apuros para competir com hábeis rivais sul-coreanas e chinesas.
Cinco anos seguidos de prejuízos obrigaram a companhia a buscar injeção de capital no exterior, mas a lista de potenciais pretendentes só encolhe.
Quando Kikuoka assumiu o comando em setembro, a ação tinha atingido uma mínima histórica. A direção alertou que, se não for capaz de levantar capital, pode enfrentar dificuldades para continuar operando.
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