Final da Copa: França tem 50,6% de chance de ser campeã e Argentina, 49,4%

Seleção que ganhar vai se tornar tricampeã mundial; franceses têm a chance de igualar um feito que só a seleção brasileira tem

Lucas Sampaio

Publicidade

Os palpites feitos em casas de apostas esportivas on-line preveem que a final da Copa do Mundo do Catar vai ser extremamente equilibrada: a França tem 50,6% de chance de ser campeã e a Argentina, 49,4%.

As porcentagens foram calculadas pelo InfoMoney com base nas “odds” de 3 sites: bet365, sportingbet e beftair. A probabilidade implícita mostra as odds em porcentagens, excluindo a margem de lucro das casas de apostas esportivas.

A odd é um multiplicador do valor que um apostador ganha se acertar o seu palpite. Quanto mais próximo de 1 ela está, mais provável o resultado (e quanto mais longe, mais improvável). Por isso, elas implicitamente apontam a probabilidade de um determinado resultado acontecer.

Continua depois da publicidade

A França ser campeã paga odds entre 1,83 e 1,90 (isso significa que, se você apostar R$ 100 no resultado e acertar, vai ganhar o seu dinheiro de volta e no máximo mais R$ 90). Já um título da Argentina paga odds entre 1,90 e 1,91 (na bet365, por exemplo, o equilíbrio é absoluto).

Quem vai ser Odds Probabilidade
a campeã? bet365 sportingbet betfair implícita
França 1,90 1,85 1,83 50,6%
Argentina 1,90 1,91 1,91 49,4%

A seleção que ganhar a final no domingo (18) vai se tornar tricampeã mundial (a Argentina ganhou em 1978 e 1986 e a França, em 1998 e 2018). Com isso, os vencedores ficarão atrás apenas do Brasil, o único pentacampeão (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), e das tetracampeãs Itália (1934, 1938, 1982 e 2006) e Alemanha (1954, 1974, 1990 e 2014).

Os franceses também terão a oportunidade de igualar uma marca que só a seleção brasileira tem até hoje: serem bicampeões consecutivos (o Brasil ganhou em 1958 e 1862). A França já disputou 3 finais e perdeu só 1 (2006), enquanto a Argentina disputou 5 e perdeu 3 (1930, 1990 e 2014).

Continua depois da publicidade

Dias e horários dos jogos finais da Copa:

França não era favorita

Antes das semifinais, a França era a favorita ao título, com 45% de chance (contra 35% da Argentina, 11% da Croácia e 9% de Marrocos). Enquanto os argentinos despacharam os croatas com facilidade, por 3 a 0, os franceses ganharam dos marroquinos por 2 a 0.

Já antes do início da Copa, a Argentina tinha 13,3% de probabilidade de ganhar o título e a França, apenas 10,8% (o grande favorito era o Brasil, com 19,3%). Isso significa que, ao longo do torneio, os franceses passaram a ser mais favoritos que os argentinos.

Continua depois da publicidade

Já a Croácia tinha apenas 1,70% de chance de ser campeã. O Marrocos estava entre as seleções com menor chance de chegar à final do torneio (apenas 0,29%), ao lado de países como Camarões, Japão, Canadá, Gana e Coreia do Sul.

País Odd bet365 Odd sportingbet Odd betfair Odd máxima Probabilidade implícita
Brasil 4,5 4,5 4,5 4,5 19,28%
Argentina* 6,5 6 6,5 6,5 13,34%
França* 8 8 7,5 8 10,84%
Espanha 9 9 8,5 9 9,64%
Inglaterra 9 9 9 9 9,64%
Alemanha 11 11 12 12 7,23%
Holanda 16 13 15 16 5,42%
Bélgica 17 17 17 17 5,10%
Portugal 15 17 15 17 5,10%
Dinamarca 29 29 23 29 2,99%
Uruguai 41 41 41 41 2,12%
Croácia 51 41 36 51 1,70%
Sérvia 81 81 91 91 0,95%
Suíça 101 81 91 101 0,86%
Senegal 126 81 126 126 0,69%
Estados Unidos 151 101 126 151 0,57%
México 151 101 91 151 0,57%
Polônia 151 101 176 176 0,49%
País de Gales 201 151 126 201 0,43%
Equador 151 151 251 251 0,35%
Marrocos 201 251 301 301 0,29%
Camarões 251 251 301 301 0,29%
Japão 251 251 301 301 0,29%
Canadá 201 251 301 301 0,29%
Gana 251 251 301 301 0,29%
Coreia do Sul 251 251 301 301 0,29%
Catar 251 251 426 426 0,20%
Irã 501 501 501 501 0,17%
Austrália 351 401 501 501 0,17%
Tunísia 501 401 501 501 0,17%
Costa Rica 751 601 501 751 0,12%
Arábia Saudita 751 601 501 751 0,12%

* seleções que ainda estão na Copa

As odds (e portanto as probabilidades) foram mudando ao longo do torneio, porque levam em conta as apostas que estão sendo feitas. As que estão na tabela acima foram calculadas 3 dias antes do início da Copa pelo time quantitativo da área de research da XP .

Continua depois da publicidade

Com base nas odds, a equipe quant calculou a probabilidade implítica de cada seleção ser campeã. Para isso, considerou a maior chance disponível para um determinado resultado e converteu essas chances em probabilidades (excluindo a margem de lucro da casa de aposta).

Argentina x França: a final mais provável

Os analistas da XP também fizeram um levantamento próprio antes da Copa e estimou que Marrocos tinha 4,3% de chegar à semifinal e apenas 1,3% de chegar à final. A França tinha 28,7% e 17,4%, respectivamente; a Argentina, 28,7% e 18,4%; a Croácia, 16,9% e 7,0%.

O estudo também estimou que a final mais provável ​​era exatamente Argentina x França e que a seleção com a maior probabilidade de ser campeã, a Argentina. Segundo as simulações da equipe quant, a Argentina tinha 55% de probabilidade de derrotar a atual campeã na final em uma eventual decisão (veja aqui o estudo completo).

Continua depois da publicidade

Equipe de análise quantitativa da área de research da XP calcula as chances das seleções na Copa do Mundo (Reprodução/XP)

A XP diz que as probabilidades foram feitas com uma metodologia de “machine learning” e raspagem de dados, usando dados de características das equipes, posições em rankings e desempenho em partidas recentes para construir “um modelo de regressão logística multinominal, que estima a probabilidade de cada resultado para cada partida”.

O modelo simulou a relação entre esses dados e o resultado (vitória, derrota ou empate), a partir de dados de 820 partidas extraídas do Sofascore, incluindo torneios anteriores, eliminatórias e amistosos. Também foram adicionados os rankings da Fifa e Elo, “bem como a diferença das estatísticas médias entre as equipes, para tentar inferir sobre o resultado da partida, presumindo que uma diferença menor entre as duas equipes leva a um jogo mais equilibrado”.

Casas de apostas esportivas

As apostas esportivas são feitas em sites que oferecem dinheiro para quem acertar o “chute” sobre o resultado de um jogo ou uma aposta específica (pode ser até algo bastante específico das partidas, como o número de escanteios do time A ou o número de faltas em uma partida).

É um mercado gigantesco e pouco regulado no mundo inteiro, que cresce em ritmo acelerado também no Brasil. Estima-se que haja cerca de 450 sites de apostas esportivas ativos no país atualmente, movimentando valores na casa dos R$ 10 bilhões por ano.

Para se projetarem no mercado, esses sites têm patrocinado os principais campeonatos, clubes e jogadores de futebol do Brasil e do mundo (todos os 20 times da série A do Campeonato Brasileiro têm patrocínios de sites de apostas, por exemplo).

Falta de regulamentação

O então presidente Michel Temer (MDB-SP) sancionou em dezembro de 2018 a Lei 13.756, que autoriza a operação de casas de apostas esportivas no Brasil, mas até hoje a lei não foi regulamentada, o que deixa o mercado de apostas esportivas em uma espécie de “limbo” no Brasil.

Assim, grande parte das empresas que operam hoje no país tem sede no exterior, não respondem à legislação local, não pagam impostos e podem oferecer também jogos de azar, como de cassino – que são ilegais aqui e implicam grandes riscos de dependência psicológica.

Alguns sites até oferecem recursos para seus clientes apostarem de forma mais segura. A betfair, por exemplo, tem um serviço de bloqueio temporário da conta caso o apostador perca dinheiro além de um limite e também uma página de aconselhamento para familiares e amigos reconhecerem e lidarem com alguém que possa estar se viciando. Outras casas contam com serviços semelhantes.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Tópicos relacionados

Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.