“Empréstimo de energia à Argentina não deve afetar consumidor”, diz ministro

SÃO PAULO – A exportação de energia para a Argentina não deve causar prejuízos ao consumidor brasileiro, segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Em reunião com deputados, na terça-feira (8), Lobão assegurou que o governo está preparado para atender à crescente demanda de energia e biocombustíveis.

O ministro afirma, segundo a Agência Câmara, que “a energia enviada aos argentinos provém de termoelétricas que estavam desativadas e foram reativadas exclusivamente para atender à necessidade momentânea da Argentina”. Para Lobão, “essa energia não nos faz falta, e não trará prejuízos à economia brasileira”.

Risco para o equilíbrio

No acordo de empréstimo de energia elétrica à Argentina, o qual serviu de base para regular a exportação que será feita também para o Uruguai, fica estabelecido o fornecimento de suprimento de energia em caráter excepcional, sendo obrigatória a devolução ainda em 2008.

Para produção dessa energia, foram ativadas todas as usinas termoelétricas, incluindo as movidas a diesel e a óleo, que tem custo de operação bastante elevado. Segundo relatório divulgado em junho pelo Instituto Acende Brasil, o empréstimo pode colocar em risco o equilíbrio do sistema brasileiro, pois, apesar do armazenamento de energia, o sistema continua suscetível à ocorrência de secas.

Exposição para o consumidor

O relatório do Instituto Acende Brasil critica o fato de que os preços praticados nessa relação estão abaixo do mercado. De acordo com o presidente da entidade, Claudio Sales, “pelos valores praticados, é como se o Brasil estivesse vendendo energia subsidiada para a Argentina”.

Ainda que inicialmente a medida não cause impactos ao bolso do consumidor, caso a energia emprestada seja devolvida sem que sejam consideradas as flutuações de seu preço no varejo, há risco de que o Brasil tenha prejuízo, expondo o consumidor final.