Desequilíbrio entre oferta e consumo de gás diminuirá em fevereiro, prevê UFRJ

Segundo especialista, é preciso avaliar o comportamento do clima nos próximos dias para, então, acenar para racionamento

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O desequilíbrio entre oferta e consumo de gás natural deve diminuir a partir do mês que vem, dependendo do nível das chuvas. A previsão é do coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Nivalde de Castro. Conforme o especialista, é preciso, primeiro, avaliar o comportamento do clima nos próximos dias para, então, acenar para o racionamento do combustível.

Ao final de fevereiro, quando a situação dos reservatórios das hidrelétricas ficar clara, será possível definir alguma medida em relação à necessidade de desviar gás para as usinas térmicas, o que implicaria a necessidade de planejar o uso do produto. Sem chuva, as hidroelétricas não conseguem prover o necessário de energia. Portanto, as térmicas são ativadas, sendo necessária a utilização de gás como combustível.

Destinação e vulnerabilidade

O coordenador do Gesel alega que a mudança de destinação de parte dos dez mil megawatts de capacidade instalada de usinas a gás que ficaram ociosos, após o fim do racionamento de 2001, é a responsável pela oferta do combustível estar no limite.

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“Boa parte do gás planejado para alimentar as termelétricas passou a ser usada por indústrias e veículos. Agora, quando o País precisa usar gás, não há disponibilidade do combustível, porque ele está comprometido com outro tipo de demanda”, detalhou à Agência Brasil.

Como muitos especialistas afirmam, o especialista acredita em um risco de racionamento de energia no ano que vem. Tudo depende, mais uma vez, do comportamento das chuvas. Por enquanto, a ampliação de 2 mil megawatts na oferta de gás natural, resultante da importação de gás natural liqüefeito no Nordeste e da conclusão do gasoduto Vitória-Cabiúnas, representará alívio para o setor.

Descoberta

Vale lembrar que a Petrobras comunicou, na última segunda-feira (14), a descoberta de gás no poço exploratório Kinteroni X1, na província de Cuzco, no Peru. A capacidade pode chegar a 56 bilhões de metros cúbicos.

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A brasileira de energia detém 35,15% do consórcio que explora o poço de Kinteroni X1. O consórcio é integrado ainda pela Repsol (41%) e pela Burlington Resources (23,85%). A estatal e a Repsol trabalham para adquirir parte da Burlington, sendo que a operação ainda depende da aprovação pelas autoridades peruanas.

Os primeiros testes de produção não foram concluídos, mas indicaram vazão de um milhão de metros cúbicos diários de gás natural e 198 metros cúbicos por dia de condensados – hidrocarbonetos leves.

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