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SÃO PAULO – Após 12 meses de muitas estreias em Hollywood e mesmo com muitos filmes batendo grandes números de arrecadação nos cinemas, o ano de 2019 marcou uma leve queda financeiramente. A bilheteria mundial levantou, até agora, US$ 11,45 bilhões no ano, um declínio de 4% em relação a 2018, que foi recorde de arrecadação com cerca de US$ 11,88 bilhões.
Ainda assim, o ano de 2019 ficou marcado por quebrar recordes. “Vingadores: Ultimato” quebrou a hegemonia de Avatar (2009) e se consagrou como a maior bilheteria da história do cinema em termos reais.
Do outro lado, alguns títulos tiveram péssima recepção do publico e foram verdadeiros fiascos para a critica especializada, enquanto outros chegaram até a reportar prejuízo.
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O InfoMoney, com base nos dados do site americano Box Office Mojo, especializado em registrar números de bilheteria ao redor do mundo, listou os maiores sucessos e fracassos de bilheteria no ano. Confira:
Os maiores sucessos do ano
“Vingadores: Ultimato”
Orçamento de produção: US$ 356 milhões
Arrecadação global: US$ 2,79 bilhões
Marcando o final da saga dos Vingadores e selando o destino de muitos dos protagonistas do universo do filme, o último título da franquia fecha com chave de ouro a melhor década do cinema para a Marvel.
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O épico de super-heróis da Disney conseguiu destronar o reinado de 10 anos de “Avatar” (2010) como o filme com maior arrecadação da história. Mesmo com um orçamento inflado de US$ 356 milhões, o faturamento de quase US$ 3 bilhões compensou totalmente o investimento inicial.
“O Rei Leão”
Orçamento de produção: US$ 260 milhões
Arrecadação global: US$ 1,6 bilhão
O remake do longa-metragem de 1994 sobre a história de queda e ascensão do Simba foi uma aposta certeira e trouxe ótimos resultados para a Disney.
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O título teve um faturamento recorde de US$ 1,6 bilhão e se tornou o filme de animação com o maior faturamento da história.
A ideia segue a linha ambiciosa de um projeto da Disney de adaptar grandes sucesso antigos da companhia em live action, assim como foi feito com “Alice no País das Maravilhas” (2010), “Cinderella” (2015) e “A Bela e a Fera” (2017).
Ainda em 2019, a Dinsey também lançou os filmes Aladim e Dumbo, também remakes das versões antigas e consagradas da companhia.
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Também nesse ano, a companhia lançou o live action do filme “A Dama e o Vagabundo“, título exclusivo para a plataforma de streaming da marca, o Disney+. Com isso, tornou-se o primeiro remake da companhia a não receber um lançamento no cinema. O serviço ainda não está disponível no Brasil.
“Frozen 2”
Orçamento de produção: US$ 150 milhões
Arrecadação global: US$ 1,2 bilhão
Aguardada pelas crianças do mundo todo, a sequência do filme da princesa Elza e de sua irmã Anna foi um sucesso de bilheteria. O novo filme da Disney não é uma aventura no gelo ou na neve, já que dessa vez o enredo da história se passa em uma floresta encantada.
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Com um orçamento padrão para animações desse porte, “Frozen 2” foi um grande sucesso financeiro, conseguindo uma margem de lucro impressionante.
“Homem Aranha: Longe de casa”
Orçamento de produção: US$ 160 milhões
Arrecadação global: US$ 1,13 bilhão
Um dos heróis mais famosos do universo da Marvel ganhou um novo filme de peso nesse ano de 2019.
A nova produção da Sony é sequência direta do último título da saga, “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (2017) e é o quinto que coloca o ator Tom Holland como Peter Parker.
O filme foi um grande sucesso financeiro e de bilheteria, faturando mais de US$ 1,13 bilhão a partir de um modesto orçamento de US$ 160 milhões.
Assim como alguns outros heróis do universo Marvel, o Homem-Aranha é uma marca que não pertence ao Marvel Studios e não pode ser explorada no cinema pela Disney.
Desde 1999, os direitos cinematográficos do super-herói são da Sony. Durante uma crise financeira em meados dos anos 1990 e sem conseguir para apostar em grandes filmes ou produtos, a Marvel vendeu os direitos de alguns heróis do seu universo para diversos estúdios.
Além da Sony, a Paramount e a Fox também podem explorar cinematograficamente alguns heróis da Marvel.
Porém, em 2015, a Sony e a Marvel Entertainment realizaram um acordo para que Peter Parker pudesse participar dos filmes dos Vingadores – marca da Marvel Studios – trazendo de volta a visibilidade cinematográfica que o herói teve no começo dos anos 2000, com o primeiro Homem-Aranha do cinema, interpretado por Tobey Maguire.
“Capitã Marvel”
Orçamento de produção: US$ 152 milhões
Arrecadação global: US$ 1,1 bilhão
O filme baseado na personagem da heroína Carol Danvers, da Marvel Comics, foi o primeiro título cinematográfico do universo Marvel que apresentou uma personagem mulher como protagonista, com Brie Larson interpretando a Capitã Marvel.
O filme é outra produção com um orçamento relativamente baixo, mas com um retorno enorme. O título faturou US$ 1,1 bilhão a partir de um investimento de US$ 152 milhões.
Em uma entrevista para a SciFi Now, revista britânica especializada em ficção cientifica e fantasia, a estrela da saga afirmou que hesitou bastante, mas que acabou aceitando o papel pela importância da personagem e pelo que ela representa.
“Eu não podia negar o fato de que este filme é tudo o que me interessa e representa, tudo o que é progressivo, importante e significativo. É uma personagem que acredita, acima de tudo, na verdade e na justiça”, afirmou a atriz.
“Toy Story 4”
Orçamento de produção: US$ 200 milhões
Arrecadação global: US$ 1,07 bilhão
O último capítulo da história de Woody, Buzz e seus amigos encerrou a saga, uma das mais importantes da Pixar, em grande estilo.
Com menos de um ano do lançamento, o título ultrapassou seu antecessor em arrecadação e se tornou o sexto filme de animação com a maior bilheteria da história.
Toy Story 4 está trás apenas de Minions (2015), Incríveis 2 (2018), Frozen 2 (2019), Frozen (2013) e Rei Leão (2019). Com exceção de Minions, que é da Universal Studios, todos os outros títulos são da Disney ou de produtoras pertencentes ao conglomerado.
“Coringa”
Orçamento de produção: US$ 55 milhões
Arrecadação global: US$ 1,06 bilhão
O diretor Todd Phillips e o astro Joaquin Phoenix reinventaram o Coringa, o vilão mais emblemático do universo DC, como um anti-herói torturado, totalmente instável e com sua sanidade mental por um fio.
Foi uma aposta para trazer a personalidade do palhaço dos quadrinhos de volta, já que o último Coringa do cinema, interpretado por Jared Leto em “Esquadrão Suicida” (2016), destoou muito da imagem original do vilão e não agradou o público.
Para conseguir essa consagrada figura doentia do vilão, o filme mergulha o protagonista em um cenário terrível de decadência urbana, política e social, junto a um figura materna violenta, reposicionando o Coringa como um símbolo da anarquia e uma personificação da loucura.
Apesar da natureza melancólica e extremamente violenta do material final, o público acabou caindo nas gracas desse novo Coringa, marcando o filme como o principal concorrente da DC frente ao claro domínio cinematográfico da Marvel nessa última década.
Além disso, com um orçamento muito pequeno se comparado com o investimento feito em outros filmes do universo das HQs, de apenas US$ 55 milhões, “Coringa” possui uma das margens de lucro mais invejáveis da história do cinema.
“Star Wars: a Ascensão Skywalker”
Orçamento de produção: US$ 200-300 milhões
Arrecadação global: US$ 725 milhões
Apenas duas semana após o seu lançamento oficial, o último filme da franquia de Star Wars já arrecadou mais de US$ 700 milhões no mundo. Apenas durante os cinco dias da semana do Natal, o longa somou mais US$ 136 milhões em bilheteria.
Mesmo com o sucesso, a sequência ainda está abaixo do desempenho dos filmes anteriores da saga. Para termos de comparação, “O Despertar da Força” (2015) ultrapassou US$ 600 milhões arrecadados com bilheteria em apenas cinco dias, marca que foi batida com o dobro do tempo nesse último filme.
Vale ressaltar que, ao comparar as produções da Disney após a aquisição das marcas Marvel e Star Wars, os filmes que retratam o mundo dos Vingadores se saíram muito melhor do que as novas sequências do universo galático criado por George Lucas.
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Os maiores fracassos de bilheteria do ano
“O Pintassilgo”
Orçamento de produção: US$ 45 milhões
Arrecadação global: US$ 9,9 milhões
Se há uma lição para apreender com o lançamento de “O Pintassilgo” é de que algumas histórias devem permanecer nas páginas e nunca devem ir para as telas.
“O Pintassilgo” é um livro da americana Donna Tartt e foi um dos romances mais relevantes da década, chegando a futurar o prêmio Pulitzer – uma das mais importantes premiações na área do jornalismo, literatura e composição musical – de ficção em 2014
Já a adaptação da Warner Bros do best-seller de Donna Tartt oferece uma aula de como não traduzir livros para o cinema. A história do romance é cheia de diversos enredos independentes e personagens complexos, o que não foi bem adaptado para a a versão do filme.
Os únicos elogios da crítica especializada sobre o filme foram acerca do figurino e da ambientação, enquanto a direção de fotografia recebeu notas razoáveis.
O longa contou com um orçamento de peso, mas o faturamento ficou bem longe de cobrir os gastos da produção.
“Cats”
Orçamento de produção: US$ 100 milhões
Arrecadação global: US$ 10,9 milhões
Baseado no musical homônimo da Broadway, “Cats” não teve o mesmo sucesso que teve nos palcos quando tentou ir para o cinema.
Com um CGI, técnica de criar imagens em computador, estranho para “humanizar” as figuras felinas, o primeiro trailer de “Cats” se tornou viral nas mídias sociais por todos os motivos errados quando estreou em julho deste ano. E o filme nunca se recuperou dessa primeira impressão com o público.
O zumbido das redes sociais, combinado com críticas cruéis de grandes veículos da mídia, abalou efetivamente o filme de Tom Hooper quando a Universal o estreou nos cinemas este mês. Agora, o filme é considerado uma das produções com mais críticas negativas e um dos maiores erros comerciais do ano.
“X-Men: Fênix Negra”
Orçamento de produção: US$ 200 milhões
Arrecadação global: US$ 252 milhões
Embora US$ 252 milhões seja uma arrecadação muito relevante e um número que coloca a produção no azul, o mais novo filme da saga X-Men pode ser considerado um fracasso.
O filme é, nesse ano de 2019, praticamente uma exceção nas obras que apresentam personagens da Marvel, que foi uma categoria de filmes muito bem sucedidas financeiramente, com produções ultrapassando bilhões de dólares de faturamento, vide “Homem-Aranha” e “Capitã Marvel“.
O filme é ainda o maior fiasco da história da saga X-Men na comparação com todas as outras sequências do universo dos Mutantes. Entre todos os 12 filmes já da saga – que também englobam os filmes do Deadpool e Wolverine – “X-Men: Fênix Negra” foi o filme com o pior faturamento.
“Projeto Gemini”
Orçamento de produção: US$ 138 milhões
Arrecadação global: US$ 173 milhões
Nem Will Smith em dobro conseguiu evitar que “Projeto Gemini” fosse o fracasso do ano da Paramount.
Fruto de uma grande aposta tecnológica do diretor Ang Lee, que planejava lançar o filme na velocidade de 120 quadros por segundo (fps, na sigla em inglês), a história coloca Smith contra uma versão mais jovem de si mesmo, que tem como missão eliminar o personagem.
Mesmo com um astro como protagonista e uma tecnologia interessante por trás, o filme não foi um sucesso como os produtores esperavam e a trama sobre o doppelgänger do Will Smith foi um fracasso.
Com um orçamento de US$ 138 milhões, o caro espetáculo de ficção científica da Paramount recuperou por pouco o seu investimento de produção.
“Playmobil”
Orçamento de produção: US$ 40 milhões
Arrecadação global: US$ 13 milhões
Arrecadando menos de U$ 1 milhão de dólares no primeiro fim de semana – uma das piores marcas da historia do cinema -, o filme foi descrito basicamente como uma “propaganda estendida” da Playmobil, marca alemã de brinquedos.
Até o momento, o título está dando um prejuízo considerável para sua produtora. Com um orçamento de US$ 40 milhões, não conseguiu nem arrecadar metade do que foi gasto na produção.
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