Crise na Bolívia faz Governo começar a economizar consumo de gás natural

Racionamento já envolve refinarias da Petrobras e chegará a usinas termelétricas; consumo residencial não deve ser afetado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O comprometimento das exportações do gás natural produzido na Bolívia, causado por uma grave crise político-social que culminou com a renúncia do presidente daquele país, Carlos Mesa, obrigou o governo brasileiro a colocar em prática um programa de contingência do consumo do combustível.

Como o Brasil importa da Bolívia cerca de 24 milhões dos 39 milhões de metros cúbicos de gás natural que utiliza diariamente, excluindo o volume usado pelas refinarias, os problemas enfrentados no país vizinho podem refletir significativamente no mercado nacional. A Petrobras calcula que nos próximos dias as importações brasileiras serão prejudicadas, caso as unidades produtoras bolivianas continuem ocupadas por manifestantes, que pleiteiam a nacionalização do gás e do petróleo.

O programa do Governo, contudo, não deve afetar o consumidor residencial, já que o abastecimento de GLP (gás de botijão) e do gás canalizado não depende de importações. Segundo nota divulgada na última quinta-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia e pela Petrobras, mesmo que as exportações da Bolívia sejam interrompidas completamente, o fornecimento doméstico do combustível está assegurado no Brasil.

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Reduzir consumo ou substituir combustível

Para os demais segmentos consumidores de gás natural, o Governo implementará um plano de contingência da utilização do produto, inclusive com o emprego de combustíveis alternativos. As medidas de economia e substituição já foram adotadas pelas refinarias da Petrobras, e logo se estenderão para as usinas termelétricas.

De acordo com a nota oficial, o programa trabalha com base em um cenário de “redução temporária no fornecimento do insumo proveniente da Bolívia”.

Apesar de se preocupar em demonstrar calma e segurança na administração da possível crise de abastecimento, o informativo divulgado pelo Governo não menciona quais atitudes serão tomadas em relação ao GNV (Gás Natural Veicular), combustível usado por quase 900 mil automóveis no Brasil.

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Para tranqüilizar ainda mais os brasileiros, o Ministério de Minas e Energia lembra que os reservatórios das usinas hidrelétricas estão com níveis elevados de água acumulada, “o que assegura a confiabilidade de fornecimento de energia elétrica no País”, conclui a nota.

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