Conta de luz poderá ficar mais cara para o consumidor residencial em 2009

Para especialista, essa tendência pode ser invertida se usinas termelétricas movidas a óleo ou a gás forem menos usadas

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – No próximo ano, a tarifa de energia elétrica destinada aos consumidores residenciais tende a se elevar. Isso porque dois componentes da tarifa do mercado cativo são vinculadas à taxa de câmbio.

Um deles é a energia comprada, em dólar, da usina de Itaipu. Assim, a cada aumento da moeda norte-americana, o consumidor acaba pagando mais reais para o mesmo consumo energético.

O outro componente refere-se à parcela da estrutura tarifária das distribuidoras, que é indexada ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), cuja tendência é capturar a valorização do dólar.

Continua depois da publicidade

Redução dos custos

As informações são do coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Nivalde de Castro. Ele ainda ressaltou que uma terceira variável pode ajudar a inverter essa tendência de alta e reduzir o preço da tarifa residencial.

Trata-se da utilização das usinas termelétricas movidas a óleo e a gás, da qual ainda não se tem uma estimativa, pois depende das chuvas que vão cair no país durante o mês de dezembro, estendendo-se até abril de 2009.

Castro explicou que, se a demanda cair, conseqüentemente, não haverá necessidade de despachar tantas usinas, sendo que as primeiras que se deixa de despachar são as térmicas mais caras.

Continua depois da publicidade

“Então, eu vou ter um componente de diminuição de tarifa pelo pagamento desse encargo de segurança do sistema, que é de onde sai o pagamento do despacho dessas usinas para manter o nível de reservatórios”, acrescentou o economista.

Indústria

Em relação ao consumo industrial, o especialista destacou que, com a paralisação parcial de atividades da indústria, o consumo de energia do setor vai começar a cair, por conta da desaceleração da atividade econômica.

O primeiro movimento neste sentido foi observado nas indústrias que produzem bens intermediários, como alumínio, zinco e níquel, chamados produtos eletro-intensivos, destinados à exportação.

Continua depois da publicidade

Como a queda da demanda nos EUA e, recentemente, na Europa e no Japão foi muito abrupta, o especialista disse à Agência Brasil que a produção desses bens foi paralisada e as indústrias ficaram com energia sobrando.

O efeito foi positivo para “desestressar” o mercado livre, onde essas indústrias consomem energia elétrica, ainda complementou Castro.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.