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(SÃO PAULO) – Os novos milionários chineses vêm anunciando há muito tempo o próprio status comprando carros grandes e caros, como o SUV Cayenne, da Porsche. A propensão dos ricos continentais a pavonear sua fortuna é uma grande razão pela qual a China deve destronar os EUA como o maior mercado automotivo de luxo neste ano.
No entanto, depois que o governo começou a combater o suborno e o consumo ostensivo, o crescimento das vendas de automóveis de luxo está desacelerando, e os compradores chineses estão se contentando com modelos menos opulentos. Isso poderia significar o fim da corrida pelo ouro para marcas como Porsche, BMW e Audi, que contavam com a China para obter cerca de 50 por cento de seus lucros mundiais, estima a Sanford C. Bernstein.
“As enormes taxas de crescimento que as fabricantes de carros de luxo como nós vimos durante os últimos anos na China não vão continuar”, disse o diretor financeiro da Porsche, Lutz Meschke, em maio, em Atlanta, onde a fabricante de carros esportivos estava divulgando uma pista de teste e um centro de clientes para nutrir o interesse dos americanos pela marca. “Nós teremos que nos adaptar a isso”.
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Atenção aos preços
Desde 2010, a Porsche triplicou suas vendas na China, para quase 47.000 veículos no ano passado. O Macan, que custa 558.000 yuans (US$ 90.038) – 42 por cento mais barato do que o Cayenne, que custa 972.000 yuans – vai sustentar as taxas de crescimento de aproximadamente 20 por cento neste ano e elevar as vendas globais da Porsche para quase 60.000, superando os 53.000 nos EUA, de acordo com a IHS Automotive. No entanto, em 2016, os ganhos na China poderiam cair para menos de 5 por cento.
Como os compradores chineses estão ficando mais atentos aos preços, a Porsche equipou o SUV compacto Macan com um motor de quatro cilindros, o primeiro da fabricante desde a década de 1990. O motor pequeno reduz em 30 por cento os impostos chineses cobrados pelo carro. “A era em que os consumidores chineses simplesmente escolhiam os modelos mais caros é coisa do passado”, disse Su Hui, representante da Associação de Concessionárias de Automóveis da China. “As pessoas ricas estão ficando mais discretas”.
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Mudanças de rumo semelhantes têm acontecido com outras marcas de luxo. A BMW começou a fabricar o crossover compacto X1 na China em 2012; a Mercedes-Benz vai construir o rival GLA lá neste ano. Antes, as marcas se concentravam nos sedãs com longa distância entre os eixos para seus clientes, que geralmente têm chofer. “A China está se tornando um mercado mais maduro”, disse Rupert Stadler, CEO da Audi, em maio. “A concorrência vai se intensificar” à medida que as normas anticorrupção enfraquecerem a demanda por carros luxuosos, disse ele.
‘Lucratividade acima do normal’
A China continua sendo um mercado lucrativo. O preço de base do Cayenne equivale a cerca de US$ 156.800, mais do que o dobro do preço inicial nos EUA, de US$ 58.300. Embora uma fatia grande seja destinada a impostos e taxas de importação, ainda assim há um lucro substancial integrado nas vendas continentais.
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As fabricantes de carros luxuosos também podem contar com o crescimento das classes ricas da China. A empresa de consultoria Capgemini prevê que o número de chineses com mais de US$ 1 milhão em ativos financeiros vai aumentar duas vezes mais do que na América do Norte até 2016. Também é provável que eles comprem carros durante um período de tempo maior. O consumidor médio da Porsche na China tem 35 anos, ao passo que nos EUA ele tem 53 anos. No entanto, Robin Zhu, analista da Sanford C. Bernstein, disse que os dias de “lucratividade acima do normal” acabaram. Em carros menores, como o Macan, “as margens são mais baixas do que as dos carrões”.
O resultado: as vendas da Porsche na China triplicaram desde 2010, para quase 47.000 veículos no ano passado. Agora, os compradores estão buscando modelos mais baratos.
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